Que o mercado de Assessoria de Investimentos tende a crescer exponencialmente nos últimos anos, todo mundo sabe. Se pensarmos em potencial de crescimento, comparando o Brasil com o mercado maduro dos EUA, pegando como proporção a quantidade de habitantes, hoje deveríamos estar rodando na casa de centenas de milhares de profissionais atuando nesta área.
Não à toa, muitos players de mercado vêm se posicionando agressivamente na formação de Assessores de Investimentos para atender toda demanda existente e que está por vir, já que não há mão de obra qualificada suficiente.
Nesta busca por profissionais, entra em cena aquele profissional de outros mercados que é fisgado por um anúncio com a promessa de oportunidade de emprego dos sonhos e ganhos financeiros altos.
Naturalmente, este profissional, que tem grandes chances de não se sentir realizado e insatisfeito com suas condições de trabalho, vem atraído pelo gatilho da curiosidade e procura saber mais sobre essa oferta dos sonhos.
Ao avançar nas conversas, percebe que a promessa financeira inicial não é compatível com sua necessidade atual, mas vê potencial. Por esse motivo, decide experimentar o mercado, colocando um “dedinho do pé para sentir a temperatura da água” antes de mergulhar por inteiro.
Essa é a melhor definição de Part-Time que eu conheço.
“Prefiro testar, ver como é e se não der certo, não corro o risco de trocar o certo pelo duvidoso” diz um Assessor Part-Time que pediu para não ser identificado.
O que ele não entendeu, é que ao fazer isso, reduz drasticamente suas chances de darem certo na “profissão dos Sonhos.”
Digo isto por um único motivo: Para que você tenha êxito em qualquer coisa que decida fazer, precisa estar por inteiro, mergulhar de cabeça, 100% presente e focado para doar sua máxima potência e colher o máximo do resultado esperado. Se você decide ser part-time, não consegue atingir essa máxima potência, logo, o tempo que seria necessário para se dedicar para que alcançasse um resultado à altura das expectativas que você possui sobre a profissão, e o seu cliente também, diga-se de passagem, nunca será suficiente.
Seu resultado pode ser OK, mas nunca será UAU.
Tive a oportunidade de liderar e servir profissionais nestas condições e todos eles se sentiam frustrados de alguma forma.
Frustrados por não se sentirem felizes na Profissão A mas estavam aprisionados por sua zona de conforto com seus medos, benefícios e tempo de mercado. Frustrados na Profissão B porque não estavam presentes em momentos estratégicos junto a operação e aos seus clientes.
Sem falar que por não conseguirem cumprir uma rotina, eram Assessores de Investimentos nas horas vagas, e por isso, trabalhavam de forma totalmente intuitiva. O resultado disso, não poderia ser boa coisa, não é mesmo?
Estamos falando de resultado aqui, mas não podemos esquecer do cliente. E o cliente nesta história toda?
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Ele tem que aceitar que só poderá usufruir da sua Assessoria nas horas vagas? E se ele precisar de algo urgente? Deve acionar alguém do escritório para apoiá-lo? Ou ainda, mesmo que você procure ser presente e tenha uma “linha direta” com o escritório, sua saúde mental, não aguentaria muito tempo, acredite.
Todos os profissionais altamente performáticos que eu conheço falam sobre “Não ter o Plano B” e isso tem a ver com o fato de você “queimar a ponte” quando você decide se tornar um Assessor de Investimentos.
Minha opinião pessoal sobre o trabalho Part-Time é a seguinte, você pode nos primeiros meses da sua transição, até que fique 100% operacional no escritório, tocar as duas funções de forma paralela, já que você precisa se preparar e preparar também seus futuros clientes, mas isso não pode levar mais do que 3 a 4 meses, que é a média que profissionais levam para serem incluídos no contrato social.
E agora, dividindo uma experiência pessoal minha com você: De alguma forma, eu fui Part-Time no início da minha transição para o Mercado Independente. Apesar do meu caso ser diferente do Assessor de Investimentos, eu trabalhava em uma rotação surreal, que no fundo, eu sabia que na linha do tempo não seria sustentável. Por ser muito orientada a resultado eu não me permitia falhar em nenhuma das pontas, e me cobrava tanto que cheguei a trabalhar 140 horas por semana.
Definitivamente, não dava para eu levar isso a diante. Tomei umas decisões mais difíceis da minha vida, tive que escolher entre dois amores e acabei escolhendo por aquele que eu gerei e me deu vida aqui.
Se este é o seu caso, dissocie da situação que se encontra e avalie os prós e contras desta decisão. Mas não se esquece de colocar todos os envolvidos nesta balança e não demore para fazer isso. Lembre-se você pode chegar em uma potência de resultado que só será possível se estiver 100% envolvido para isso acontecer.
Roberta Santoro, Sócia Fundadora do Mercado IN Foco, criadora do PFA® – 21 anos de experiência no Mercado Financeiro, dos quais, 18 anos foram dedicados à área de investimentos nos segmentos de alta renda e wealth management e os últimos 10 anos, à liderança de profissionais destes segmentos.
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Leia a coluna Assessor de Sucesso por Roberta Santoro na edição 52 da revista CRC!News.