O ano era 2020, taxa de juros a 2% e meu discurso nas lives era: “a mamata do 1% ao mês de rentabilidade acabou! Agora, até que enfim, o brasileiro precisa aprender a sofisticar seus investimentos e olhar com mais atenção para renda variável”. Bem… estou voltando para buscar o balde que eu chutei.
Lá estamos nós de novo voltando a ser um país rentista… será? Bem, enquanto isso, SELIC na casa dos dois dígitos e o que nos resta é ajustar as velas da nossa carteira para fazer sentido com o cenário.
A cada 3 ou 6 meses, a carteira de investimento deve ser revista para garantir que se está no caminho certo.
Talvez nesse meio tempo algum objetivo de vida tenha sido alterado e por isso a necessidade de reorganizar o dinheiro, ou porque houve mudança no cenário econômico e os ativos e sua correlação precisam de revisão.
2022 ano de eleição, espera-se um cenário mais volátil para renda variável e com inflação alta e consequentemente taxa SELIC alta, as atenções estão voltadas para renda fixa.
Volta nesse momento, aliás mais do que nunca, a atenção para a rentabilidade real que no final do dia é o que interessa para mantermos não só o poder de compra, mas para ter crescimento no patrimônio.
Incluir na carteira títulos pós-fixados poder ser benéfico, porque em cenário de alta de juro a Selic acompanha o IPCA e as chances de ter rentabilidade real negativa são um pouco menores, embora o risco ainda exista.
Título híbridos também podem ser adicionados. Eles combinam uma porcentagem fixa com outra variável. Geralmente a parte pós-fixada é atrelada a algum índice de inflação como o IPCA e o IGPM.
Dessa forma, existe a garantia que o investidor obterá ganhos acima da inflação. Assim, mesmo que o índice aumente, seus rendimentos serão maiores, caso você aguarde o vencimento do título.
Além disso, outra alternativa atrelada ao IPCA são os fundos de inflação. Eles são veículos coletivos que estruturam seu portfólio com títulos indexados ao índice de mercado anbima (IMA-B). dessa forma esses fundos também possibilitam ganhos que evitam a perda do poder de compra.
Fundos de inflação também podem ser uma alternativa para a carteira de investimentos, mas vale destacar que os fundos de investimentos apresentam volatilidade, então precisa estar alinhado com o perfil de investidor e objetivos financeiros.
Mesmo em tempos de renda fixa atrativa, a renda variável não morre! Então vamos parar com essa corrida hora para cá e hora para lá. Na renda variável, é interessante investir em ações com foco no longo prazo, fazendo aportes com estratégia de buy and hold para diluir riscos e aumentar o potencial de retorno.
Nesse tipo de estratégia, o pulo do gato é analisar empresas com expectativas de crescimento e maturação no longo prazo, que é o caso das small caps, por exemplo. São empresas com menor capitalização, que apresentam maior possibilidade de crescimento. Dessa forma, os papéis podem ser oportunidades para investidores com maior tolerância aos riscos.
Mas fazer essa análise pode não ser tão simples assim, envolve um pouco mais de tempo, de estudo, leitura de relatórios e análise dos fundamentos da empresa. Buscar conhecimento sobre o assunto é muito importante nesta etapa.
No final das contas é isso, investir não é simples como muita gente vem falando, é necessário ter esse conhecimento de como deve-se ajustar seus investimentos quando o cenário muda, quando a vida pessoal muda, quando surgem novos objetivos ou quando objetivos antigos são deixados para trás.
Também não gosto dessa corrida de renda fixa e renda variável, acredito no equilíbrio e de vez em quando você só revisita para garantir que está tudo bem.
E para continuar aprendendo coisas novas e se manter atualizado, acesso O Guia Financeiro www.oguiafinanceiro.com.br/vip.
Confira esse e outros destaques na revista desta semana