Por Loni Batist, Diretora na Guide Investimentos e do O Guia Financeiro
De acordo com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), os crimes financeiros aumentaram 76% em 2020. Pirâmide financeira é o esquema que depende do recrutamento de outras pessoas para participação nos negócios. Mas, não é o que você está pensando, hoje não vou me referir à Previdência Pública, só vou me ater aos golpistas que eventualmente aparecem algumas vezes durante a nossa trajetória.
Charles Ponzi, precursor das pirâmides financeiras, recebeu o grande título (contém ironia) de ser o “pai” desse tipo de esquema. A estreia desse golpe foi em 1919. Sua promessa era de juros altíssimos, pagos aos investidores mais antigos, com o dinheiro que ganhava dos novos. Quando parou de conseguir novos investidores, seu esquema foi descoberto.
No Brasil dos anos 90, Antonio Fagundes, garoto propaganda do Boi Gordo, anunciava o investimento que dava retorno de 42% em um ano e meio. Em média, 30 mil investidores perderam R$ 3,9 bilhões.
Nos anos 2000, surgiu o slogan “compre um avestruz de 18 meses de vida e tenha um retorno de 10% ao mês”. Lembro como se fosse hoje, a própria Ana Maria Braga contando no seu programa que tinha alguns avestruzes. A Avestruz Master dizia ter comercializado mais de 600 mil animais, mas, na prática, só possuía 38 mil.
Bernard Madoff foi descoberto em 2008, durante a crise do Subprime, mas já estava atuando há 50 anos no mesmo esquema de Ponzi. Madoff também atraía diversos investidores com a promessa de ganhos acima da média.
O crime se modernizou e chegou no mundo das criptomoedas. Em outubro de 2019, a casa caiu para a Unick Forex, que prometia 100% do dinheiro investido em 6 meses. Foram acusados de captação irregular de recursos, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Certamente as histórias de golpes não irão acabar, e, talvez, alguém já esteja investido em algo que só vai descobrir daqui a 50 anos, como foi o caso do golpe de Madoff. Já pensou? Bem na hora de desfrutar e viver de renda, o seu dinheiro sumir?
Quem cai em golpe financeiro não é por falta de inteligência, me parece ser pela sedução do discurso imediatista e a possibilidade de se tomar um atalho. Parece que esse discurso deixa as pessoas tão eufóricas a ponto de bloquearem sua capacidade de criticar algo ou mesmo buscar um pouco mais de informação.
Enquanto isso, empresas que buscam novos clientes via educação financeira ou via assessoria, mostrando um trabalho sério e organizado, regulado pela CVM, acabam por ter o seu discurso vencido por qualquer promessa de ganho rápido.
Mas, vamos continuar no nosso propósito de Guiar pessoas até à sua prosperidade e lembrar sempre de que não há atalho!
Para conquistar liberdade e independência, é necessário dar um passo de cada vez e ter disciplina na execução, por isso a educação financeira continuada é tão importante. É ela quem auxiliará na formação de senso crítico para as melhores escolhas, para saber mais precisamente a quem ouvir, para criar o hábito de poupar mensalmente, para se manter atualizado e entender o momento de fazer algum ajuste de percurso. Cansativo talvez, demorado quem sabe, mas é a receita que não falha. Conheça O Guia Financeiro www.oguiafinanceiro.com.br
