Por Leonardo Morales, sócio e diretor da SVN Gestão de Recursos
Mais um ano vai chegando ao fim e restam, sem dúvida, mais perguntas que respostas de como será o ano que vem para os investimentos. São tantas questões sobre o mercado internacional e local que não sei nem por onde começar. A inflação global e, mais recente, nos US nos trazem apreensão com relação aos próximos passos do FED (Banco Central Americano) com relação a política monetária, redução dos estímulos e aumento dos juros por lá. Essa, sem dúvida, será a questão de USD 1MM ou melhor USD 1 trilhão para o próximo ano com relação ao mercado internacional.
Mas e o Brasil?
Bem, o Brasil além de todos os problemas com relação ao fiscal terá um ano de eleição pela frente. A boa notícia e que parece já estar precificado o que temos visto como cenário de quase todo mundo, ou seja, um embate do populismo entre Bolsonaro e Lula
Mas espera? Boa notícia?
Sim, boa notícia. Porque a alternativa de uma terceira via, hoje com baixa probabilidade de ganho (perto de 15%) poderia em algum momento ao longo do próximo ano ganhar cada vez mais eleitores e mudar esse cenário atual trazendo uma melhora forte para os mercados locais.
Essa, parece ser a visão de alguns estrangeiros quando olhamos o fluxo para a bolsa desse ano. Diferente dos locais que seguem vendendo em função dos fortes resgates na indústria de fundos principalmente em renda variável temos visto forte fluxo de compra dos estrangeiros no ano, que mesmo com algumas vendas pontuais no mês passado de novembro na esteira do sell off global mantem quase R$ 90 bilhões de compras quando somamos fluxo à vista e fluxo de índice futuro. (Figura abaixo). Soma-se a isso a participação de 37% em mais de R$ 125 bi em ofertas primarias e secundarias no ano de 2021, ou seja mais R$ 46 bi. Um fluxo total de R$ 136 bi em um ano como esse não pode ser desprezado.
Quem estará certo? Difícil dizer, mas podemos afirmar que o estrangeiro está vendo algo diferente.