Fonte: Anbima.
O otimismo parece ir voltando aos poucos ao mercado financeiro, especialmente diante da expectativa de novos cortes na taxa básica de juros. Pelo menos esse foi o clima transmitido durante as palestras promovidas na abertura do ANBIMA Summit, nesta quarta-feira (16), em São Paulo, que contou com mais de 1.500 pessoas presencialmente, além de cerca de 300 participantes conectados na transmissão simultânea pelo site do evento.
Carlos André (foto), nosso presidente e vice-presidente executivo de Wealth Management do Santander, conversou com a jornalista Thais Herédia sobre o atual contexto da indústria de investimentos e ressaltou que perspectivas melhores estão no radar dos agentes do mercado.
Segundo ele, a alta dos juros e da inflação, além da mudança de governo, estiveram entre os responsáveis pela volatilidade experimentada pelo mercado financeiro nos últimos meses. Esse ambiente resultou, também, numa concentração de recursos na renda fixa, que pode mudar daqui para a frente.
“A boa notícia é que estamos exatamente nesse momento de reversão”, disse Carlos André. O principal indutor para essa mudança, afirmou, é o atual movimento de ajuste da política monetária.
Nosso presidente aproveitou também para ressaltar a resiliência do mercado de capitais brasileiro, assombrado ainda nos primeiros dias de 2023 pela crise de crédito que contaminou o humor dos investidores.
“Conseguimos passar pelo momento de turbulência de forma madura, foi uma prova de fogo em que o mercado reagiu muito bem”, afirmou, enfatizando um aprendizado essencial para toda a indústria.
Com os olhos no futuro, Carlos André ainda comentou as mudanças tecnológicas que afetam o mercado financeiro, assim como os avanços na distribuição de produtos e na educação financeira.
“Superamos a centralidade do cliente e hoje olhamos para a centralidade da experiência de vida do cliente, porque investimento não é produto, é serviço e solução”, concluiu.
Transformação na indústria de investimentos
O mundo dos investimentos está passando por uma revolução. Enquanto o novo marco regulatório das ofertas públicas deve simplificar processos e aumentar a agilidade na emissão de papéis, os fundos de investimento estão prestes a viver uma virada estrutural, que será provocada pela entrada em vigor da Resolução CVM 175 em outubro. Junto com este cenário estão os desafios trazidos pelas novas tecnologias, players e modelos de negócios, assim como a urgência da pauta ESG (que considera aspectos ambientais, sociais e de governança) no mercado.
“A indústria experimenta uma série de desafios que se apresentam dia após dia com o uso blockchain, tokenização e inteligência artificial. Isso tudo têm potencial para transformar a nosso mercado totalmente”, disse Zeca Doherty (foto), nosso diretor-executivo, na abertura do evento. “Temas como sustentabilidade e ativos verdes também estão na nossa agenda. Quem acha que não precisa olhar para isso corre o risco de perder o bonde da história”, complementou.