No ano em que o volume de investidores superou a marca de 4 milhões na B3, o número de agentes autônomos de investimentos (AAIs) – assessores de investimentos – alcançou 16 mil profissionais, três mil a mais na comparação com os 13 mil no ano anterior, segundo informações da Associação Brasileira de Agentes Autônomos (Abaai).
Na mesma tendência, o número de escritórios de agentes autônomos de investimentos, afiliados à Abaai, somou 160 empresas, uma alta de 25% em relação aos 120 PJs registrados em 2020. Na esteira desse avanço, o volume de captações de recursos por esse universo de escritórios, associados à Abaai, quase dobrou, saindo de R$ 65 bilhões para um valor superior a R$ 105 bilhões de ativos sob custódia, informou o presidente da Abaai, Diego Ramiro.
Ramiro chamou a atenção tanto para o avanço da qualificação desses profissionais como para o ritmo de sofisticação das empresas. “Hoje, 99,8% dos AAIs, conforme dados da Ancord, têm ensino superior. Antes esses profissionais nem precisavam fazer faculdade”, exemplifica.
Conjuntura
O presidente da Abaai analisou o desempenho e atribuiu o crescimento desse mercado ao cenário de baixa da taxa de juro (Selic) nos últimos dois anos, mais ou menos. O juro básico da economia iniciou janeiro deste ano com piso histórico de 2% ao ano, mas voltou a subir a partir de março em uma tentativa do Banco Central de conter a alta da inflação.
“O Brasil passou por um bom momento de juro baixo; daí a necessidade para diversificação de investimentos fez com que o mercado buscasse profissionais mais qualificados para auxiliar os clientes”, avalia Ramiro, que acrescentou ainda a combinação de vários fatores.
“Também houve uma evolução das plataformas. Quando eu era agente autônomo, eu só trabalhava com Bolsa de Valores. Hoje um assessor de investimento não trabalha somente assessorando a Bolsa. Também auxilia na renda fixa, nos multimercados, em fundos, no crédito e seguro”, exemplifica.
Margem de crescimento
Para o titular da Abaai, o mercado de agentes autônomos de investimentos segue a tendência de alta, considerando que 90% dos recursos dos brasileiros ainda estão concentrados nos quatro maiores bancos do País. “Saímos de um market share de 3% a 4%, nos últimos dois anos, para cerca de 10%”.