Sigla para Brazilian Depositary Receipts, os BDRs são ativos de outros países depositados em bancos que emitem cotas, as receipts, no Brasil. “É a forma mais eficiente do investidor brasileiro entrar no mercado estrangeiro”, explica Ivonsir Coelho, assessor de investimentos e trader da mesa de operações de renda variável da Alta Vista Investimentos.
O profissional alerta que, por se tratar de um tipo de produto diretamente ligado ao mercado estrangeiro, é importante o investidor buscar o máximo de informações possível, contando com o apoio de uma casa de análise ou assessoria.
Até 2021, os BDRs estavam disponíveis somente para investidores qualificados — aqueles que possuem pelo menos R$1 milhão em aplicações. Hoje, qualquer pessoa pode adquirir este tipo de ativo em qualquer corretora. Segundo o especialista, uma das vantagens é que ele não exige um número mínimo de ações no momento da compra.
“Com o BDR não é preciso ter conta lá fora nem realizar uma remessa cambial. Tudo pode ser feito aqui no Brasil pela plataforma de investimentos preferida, o que acaba sendo mais barato e prático”, explica. “Por outro lado, o investidor não é dono da ação diretamente”, completa.
Pensando nos riscos deste tipo de investimento, os BDRs possuem dois pontos de atenção. O primeiro é a variação dos valores da própria ação, que é diariamente negociada na bolsa, o que pode gerar grandes perdas, como foi o caso de papéis de empresas como Meta e Netflix nos últimos meses. Já o segundo fator é a dolarização do ativo. “Toda vez que compro BDR, eu compro dólar, então tenho o risco tanto da ação quanto da moeda”, diz Ivonsir, que alerta para a necessidade de se levar em conta o timing de investir por conta do momento do dólar.
Os BDRs são muito buscados por investidores que desejam diversificar, pois representam uma maneira barata e eficiente de chegar a esse objetivo. O interesse por mercados estrangeiros tem sido pauta cada vez mais frequente entre investidores, e os produtos que facilitam essas operações encontram alta procura.
O assessor conta que, antes de introduzir os BDRs ao portfólio de um cliente, é preciso entender se esse é um tipo de ativo que casa com o seu perfil. “Nós vamos buscar análises sobre os ativos específicos e o dólar, para entender se é um bom momento para investir”, explica.
Para Ivonsir, o perfil que mais procura BDRs hoje em dia é o de investidores com postura mais agressiva. “Sempre que o investidor tem uma propensão a risco e lida bem com isso, faz sentido buscar esse tipo de alocação”, finaliza.
Texto publicado na edição 44 da revista CRC!News, acesse e leia todos os destaques do setor.