Em um movimento orquestrado desde meados deste ano, a Maestro Investimentos fechou nos últimos dias a fusão com a Plátano (São José dos Campos) e com a Green (São Paulo). As negociações estão na fase de ajustes no contrato social. Com o desfecho das tratativas, a Maestro, plugada na plataforma da XP Investimentos, chega ao final de 2021 com R$ 2,3 bi em custódia.
O montante é mais que o dobro do saldo do início do ano, que era de cerca de R$ 900 milhões. O número de assessores também deu um salto passando de 12 no início do ano para 40. Por sua vez, a equipe como um todo fecha o ano com 70 integrantes.
Em conversa com a CRC!News, o fundador da Maestro, Bruno Pereira, falou da estratégia de expansão e expectativas para 2022.
Confira os principais trechos da entrevista
Como foi arquitetado esse movimento de expansão?
Pereira: Nós começamos a ir atrás de operações complementares. Encontramos a Plátano, de São José dos Campos. Os caras são tier1 de Renda Variável com uma operação de 13 anos, extremamente eficientes. As conversas começaram há cinco meses. Já está fechado. Estamos na fase de rodar o contrato social. E tudo obviamente acertado com a XP. A negociação com a Green, de São Paulo, teve praticamente o mesmo timing. Ela vem com dois assessores mais sêniores com carteiras parrudas.
Há ainda outras conversas em curso?
Pereira: Sim. Mas ainda não fechamos. Provavelmente depois dessa rodada de contrato social devemos fechar outras também. Têm escritórios de outros Estados como Rio de Janeiro e Curitiba.
Qual é a sua análise em relação à 2021 dentro desse aspecto das fusões?
Pereira: Acho que foi um ano quente. Boa parte das fusões dos últimos três anos aconteceram em 2021. Mas eu acho que 2022 isso vai ser acentuado.
Por que?
Pereira: Porque o mercado está se profissionalizando muito e muito rápido. Tudo mundo está nesse mercado para construir um valor de equity. Tenho percebido que as pessoas estão vendo o mercado se profissionalizar e estão percebendo aos poucos que não terá espaço para todo mundo. Aqui nós temos a nossa gestora, mesa de renda variável, de renda fixa, gestão patrimonial. Coisas que são difíceis e caras para você estruturar. Dentro desse contexto, os escritórios começam a perceber que a piscina está começando a ficar alta e não vai dar mais pé e que é melhor pegar uma participação menor num cara que vai tracioná-lo.
Em 2022, tem a possibilidade de entrar a figura do sócio capitalista. Isso entra também nesse contexto?
Pereira: Acredito que sim. Acredito que vai tracionar ainda mais. Vai aquecer ainda mais. Vão ser movimentos bem intensos. Vai ser um turning point. Ele vai entrar em quem mostrar governança. Acho que é isso que poucos estão vendo. Acho que além da estrutura, a governança vai ditar os ganhadores. Ela vai ser uma peneira gigante.