Fonte. EQI.
Em entrevista ao site Neofeed, Custodio afirmou que a empresa, primeira assessoria de investimentos a receber autorização para operar como corretora, desde julho deste ano, tenta dar “uma cara nova” ao trabalho que os grandes players do mercado já realizam, “abraçando um público em que eles não apostam”.
O executivo destacou na entrevista que a EQI ruma para o mercado B2B, com escritórios para se conectar a sua plataforma. Hoje, a empresa está presente em 11 cidades do Brasil, com cerca de 500 assessores atendendo a mais de 65 mil clientes. A estratégia é chegar a mais lugares agora pelo B2B, um formato mais barato e mais escalável.
Estão na mira, segundo Juliano Custodio, os pequenos escritórios, com menos de R$ 300 milhões sob custódia, que têm boas equipes, “com gente qualificada que não consegue formular um modelo, então vamos dar o nosso”. Para capacitar os parceiros, a EQI faz um treinamento de um mês para que eles aprendam o modelo de negócio. E depois um responsável apoia e supervisiona a implementação dentro do escritório.
Para o CEO, a entrega desse serviço é o diferencial para crescer essa vertical e disputar mercado. Outro diferencial é uma oferta maior de produtos na plataforma. Por contrato, a empresa oferece todos os produtos do sócio BTG Pactual (BPAC11), e tem mais os produtos originados por sua própria equipe.
Custodio destaca ainda que a EQI Investimentos busca profissionais para atacar no mercado institucional a partir de 2024, buscando o contato direto com empresas. A ideia, segundo o CEO, é mostrar que a empresa pode ser eficiente não apenas na corretagem, mas na adição de serviços, “como pesquisas políticas, eventos com investidores e empresas de interesse, que estão no meu ecossistema ou no nosso networking pelo país”, explica.
EQI Investimentos: novas frentes para o private
Juliano Custodio destacou na entrevista que a EQI Investimentos já deixou de ser apenas uma empresa voltada para o varejo, foco inicial dos serviços, destacando que hoje 62% dos valores sob custódia da corretora vêm de clientes com patrimônio acima de R$ 1 milhão.
Segundo ele, a empresa não se propõe a ser de nicho, mas a atender todos os perfis de bolsos. O varejo segue como peça importante, mas outros planos estão na busca por clientes com patrimônio superior a R$ 30 milhões, o chamado grupo ultra-high net worth, inicialmente a partir de uma sociedade com operação tradicional já estabelecida.
O diferencial, Custodio explica, é ampliar o segmento de investment banking, que já emitiu R$ 850 milhões em crédito este ano e espera fechar o ano com R$ 1,3 bilhão, com a projeção de duplicar esse montante em 2024 para oferecer tanto o serviço de mercado de capitais como papéis exclusivos, que poderão entrar na plataforma da EQI.
A estratégia está focada em créditos de R$ 50 milhões a R$ 200 milhões, de empresas emissoras com faturamento de R$ 100 milhões a, aproximadamente, R$ 1 bilhão, uma fatia de mercado que, segundo Juliano Custódio, não desperta o interesse dos bancos, que, segundo ele, “fogem do que está fora do eixo Rio-SP, enquanto nós queremos dar acesso ao mercado de capitais para o Brasil”.