Em documento encaminhado aos órgãos de controle do governo federal, o escritório Fidus Invest revela que desembarcou da XP após a sua permanência ser condicionada à união com outra assessoria. O motivo principal da pressão realizada pela XP era o volume de custódia do escritório.
Com sede em São Paulo, a Fidus migrou em março de 2021 para a Órama. Na ocasião, contava com 73 clientes e administrava um patrimônio de R$37,9 milhões.
A revelação do escritório consta em ofício encaminhado à Divisão de Acompanhamento Processual do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), e integra o inquérito responsável por apurar supostas infrações concorrenciais atribuídas à XP Investimentos.
Segundo o documento, ao ser questionada pelo órgão a respeito das motivações para deixar a antiga corretora, a Fidus aponta que foi condicionado “agrupamento com outro escritório de agente autônomo em função do nosso volume sob custódia para permanecermos na plataforma XP. Condição esta não aceita”.
O escritório destaca, porém, que a corretora não impôs dificuldades para a migração para a Órama. A Fidus também não considera ter sofrido qualquer tipo de retaliação durante o processo de cumprimento dos trâmites legais e contratuais.
Vantagens e desvantagens
Apesar de ter deixado a XP, a Fidus destaca que entre as vantagens de ter feito parte da plataforma está o fato de o nome da corretora ser bastante difundido junto aos investidores e o site de informações ser bem desenvolvido e eficiente. Já entre as desvantagens, de acordo com a Fidus, está a pressão em torno do volume sob custódia e obrigatoriedade de fusão com outro escritório.
Procurados pela reportagem, a XP não se pronunciou até o fechamento desta edição.