Para gestor, capital internacional “olha muito para questão ambiental” do Brasil
Com foco no investimento em empresas sustentáveis e inovadoras, a gestora FORS Capital se prepara para ir ao mercado captar R$ 500 milhões para um novo fundo de investimentos com critérios ESG. Em entrevista à CRC!News, o sócio da FORS Capital, Patrick Cannell disse que esse processo de captação de recursos será conduzido tanto no mercado interno como no exterior.
“Estamos iniciando o processo de captação e a nossa previsão é de fazer um primeiro fechamento no primeiro semestre deste ano”, acrescenta Cannell. A gestora, considerada independente de investimentos em ativos alternativos, foi fundada em parceria de Guillaume Sagez. Os dois são ex-sócios da Performa Investimentos.
Na prática, os investimentos para no novo fundo da FORS Capital serão aplicados na aceleração de empresas brasileiras que estejam ou não no radar do ecossistema de Venture Capital ou de fundos de investimentos estrangeiros.
“Captamos recursos de diversos investidores e o capital é aplicado em um fundo de investimento gerido por nós gestores. Selecionamos empresas sobre as quais acreditamos que terão potencial de crescimento e de adotar práticas ESG”, explica Cannell, sem querer mencionar o nome de potenciais empresas.
A proposta da gestora é investir em empresas “com teses provadas”, cujos fundadores e times de executivos tenham alto potencial de crescimento e que ofereçam produtos ou serviços alinhados com as políticas proprietárias de ESG. Ou seja, o foco são companhias já operacionais, com faturamento entre R$ 75 milhões e R$ 250 milhões, e que atuam tanto no mercado digital como em economia real, “mas com um DNA de inovação” e que tenham a digitalização como parte de estratégia de negócios.
As empresas selecionadas para tal experiência ficam ativas no portfólio da FORS Capital por algum tempo de forma estratégica. A gestora passa a atuar nos negócios dessas empresas, seja via conselho ou ajudando com estratégias e execução de planos. Após o processo de crescimento desses potenciais negócios, a gestora vende suas participações para o mercado.
ESG no DNA
Cannell lembra que os primeiros fundos da gestora nasceram com critérios que o mercado hoje chama de ESG. “Nosso primeiro fundo, de 2013, voltado para o setor ambiental”, lembra.
Trata-se do Fundo de Investimentos em Participações (FIP) de Inovação em Meio Ambiente, voltado para o setor ambiental e para investidores profissionais, que hoje acumula patrimônio de R$ 180 milhões sob gestão. Nessa primeira experiência foram avaliadas mais de 1,4 mil companhias, para realizar seis investimentos. Dessas “vendemos três empresas que geraram rentabilidade média de 25% ao ano”.
Confira os principais trechos da entrevista no link da revista desta semana.