Ex-funcionários da XP, uma das maiores corretoras do país, usaram seus perfis no LinkedIn para compartilhar que foram desligados da empresa na última semana e atribuir o ocorrido a um movimento de “lay-off“, traduzido, no bom português, a uma demissão coletiva por iniciativa da companhia.
Além de mensagens de agradecimento pelo período que estiveram na XP, as pessoas utilizaram o espaço para atribuir o desligamento, inesperado em todos os casos, a uma ação de corte de custos da corretora.
Em resposta ao Valor Investe, “a XP Inc. afirma que possui neste momento mais de 180 vagas abertas. Em 2022, a companhia contratou aproximadamente 2.500 pessoas em todos os Estados do país, sendo 300 pessoas apenas em outubro. A empresa afirma ainda que possui menos de 2% de market share [participação] do mercado financeiro e que segue sua estratégia de inovação e transformação, investindo e priorizando negócios que atendam às necessidades dos seus clientes e tenham alto potencial de crescimento.”
Essa não é a primeira vez, neste ano, que empresas do mercado financeiro promovem desligamentos em seus quadros de funcionários. O desempenho ruim da bolsa este ano explica uma parte dessas baixas, dado que corretoras e plataformas de investimentos vivem de receitas como as taxas de corretagem, cobradas nas compras e vendas de ações.
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Além do movimento errático da bolsa, os juros em patamares elevados ajudam a explicar tais desligamentos. O maior interesse pela renda fixa, que entregam atualmente bons retornos com um risco pequeno, tem afastado os investidores dos ativos de risco. Vale lembrar que as condições desfavoráveis de mercado somam-se, ainda, às incertezas em torno da política e da situação fiscal do país.
Conforme dados do site Layoffs Brasil, a Órama Investimentos demitiu 17 funcionários, enquanto a Empiricus desligou 150 colaboradores somente neste ano. Ainda segundo o site, a plataforma Trademap demitiu aproximadamente 40 funcionários. O Grupo Primo, por sua vez, realizou duas rodadas de demissões que resultaram em cerca de 90 desligamentos.
Texto originalmente publicado no Valor Investe.