O mercado de equity crowdfunding – ofertas públicas para startups – tem ganhado força nos últimos anos. Até a primeira semana de dezembro de 2021 foram realizadas 75 ofertas nesse mercado, contabilizando R$ 137,5 milhões, segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Responsável pela introdução dos minis IPOs Digitais no Brasil, o Kria foi pioneiro na captação de recursos neste modelo no país e em oferecer aos investidores do varejo a oportunidade de investir em startups.
Atualmente, o Kria possui uma comunidade com mais de 8000 investidores e dezenas de negócios investidos – com mais de 10 exits já gerados aos investidores. Agora, após meses de conversas, a plataforma está com um novo negócio selecionado para receber investimentos: trata-se da AppJusto, plataforma de entregas que tem no cerne de seu modelo de negócio gerar impacto social positivo, e que anuncia uma nova oferta de captação na comunidade Kria, com objetivo de arrecadar R$ 2.250.000 milhões. O aporte mínimo de R$ 100 foi desenhado para possibilitar que tanto restaurantes quanto entregadores também sejam sócios do negócio, fortalecendo o senso de comunidade e o ecossistema criado. O aplicativo atua em toda a cadeia de entregas, reunindo marketplace e logística em tempo real para entregas.
A oferta da AppJusto via Kria faz parte de uma alocação maior, de R$4 milhões, que contará também com a participação de outros investidores estratégicos, e que entrarão no mesmo valuation termos dos investidores crowd. Segundo a CEO do Kria, Camila Nasser, essa modalidade de captação com mix de capitais é cada vez mais recorrente, já que as startups promissoras passaram a entender o valor de atrair suas próprias comunidades como sócios. “Estamos vendo essa movimentação superbacana da Nubank, convidando sua comunidade para se tornarem sócios. Mas e se a Nubank tivesse feito isso lá em 2013? O retorno do investidor seria exponencialmente maior”, explica a executiva.
Negócio de impacto social com retorno financeiro, o AppJusto é uma plataforma de entregas construída para atender às principais demandas de restaurantes e entregadores. Acreditando que as altas taxas cobradas pelas grandes empresas do setor não se justificam – elas podem chegar a 30% sobre o valor do pedido –, e que o sistema de remuneração aos entregadores não é transparente ou previsível, o AppJusto possibilita aos trabalhadores definir as condições de prestação de seu serviço, enquanto cobra, apenas dos restaurantes, uma taxa de 5% sobre o valor do pedido (+ taxa da operadora financeira) para participação na plataforma.
Vale destacar que os entregadores têm total autonomia para definir o preço das entregas e que esse valor, de em média R$ 11,51, ante R$ 4,80 a R$ 6,80 em média nos apps líderes de mercado, é 100% repassado para o entregador, sem qualquer taxa de intermediação do app. As plataformas de transporte e delivery reúnem mais de 4,53 milhões de pessoas no país, e que se tornou a única opção de renda para muitos brasileiros, diante da elevada taxa de desemprego no país, o foco do AppJusto é o combate à precarização do trabalho.
“Somos genuinamente um negócio de impacto social que gera renda. Para desenhar nosso modelo, passamos um ano maturando a proposta e entrevistando tanto restaurantes quanto entregadores, para criar uma proposta em que todos saíssem ganhando. Somos genuinamente um negócio de impacto social que nasce para trazer equilíbrio para economia de plataforma e ser mais justo para todos envolvidos, tanto distribuindo a renda da plataforma quanto dando autonomia de verdade. Para desenhar nosso modelo, passamos um ano dialogando com restaurantes, entregadores e associações, para criar uma proposta que seja tão boa, a ponto todos termos um objetivo em comum, querer ver os consumidores usando AppJusto”, explica Rogério Nogueira, fundador do AppJusto.
O AppJusto propõe uma parceria genuína entre os elos que compõem a cadeia produtiva, buscando assim estabelecer um círculo virtuoso e sustentável. Aos restaurantes, a plataforma sugere que pratiquem preços mais acessíveis, graças à menor taxa cobrada pelo aplicativo, beneficiando também o consumidor final. O maior volume de demanda, por sua vez, beneficia restaurantes e entregadores, e o crescimento da base permite custos menores de atração e retenção de clientes ao app.
Rodando em fase Beta em alguns bairros da zona Oeste da cidade de São Paulo, o AppJusto conta atualmente com mais de 300 restaurantes cadastrados, dos quais mais de 150 estão ativos, mais de 4 mil consumidores cadastrados e mais de 9 mil entregadores cadastrados, dos quais 1.500 estão ativos. A plataforma, idealizada em junho de 2020 por um grupo de amigos que passou um ano entrevistando restaurantes e entregadores para desenhar seu modelo de negócio, conta com seis sócios e já recebeu investimento-anjo anterior de R$ 860 mil.