Com o crescimento do interesse por investimentos fora do país, escritórios e corretoras vêm empreendendo cada vez mais esforços para disponibilizar essa opção aos clientes. Em maio, por exemplo, a XP já havia ampliado o acesso a investimentos offshore a pessoas com mais de R$300 mil, e em setembro este limite baixou ainda mais, chegando a R$10 mil. Com isso, a base de elegíveis saltou de 400 mil para 1 milhão. No entanto, fazer aportes no exterior demanda conhecimento sobre estes mercados. E é justamente isso o que a Levante e a OHM buscam disponibilizar aos assessores por meio de uma parceria.
Segundo Alexandre Dias, diretor executivo da Levante Corp, casa de análises especializada em research nacional, a aquisição de 20% da OHM Research, liderada por Roberto Attuch Jr, que tem ampla experiência em mercados fora do país, tem por objetivo oferecer uma cobertura de ativos offshore para que os assessores de investimento tenham mais subsídios para levar a seus clientes.
“Trata-se de um mercado gigante, muito maior e mais variado do que o nosso. É extremamente difícil de cobrir, especialmente estando aqui no Brasil. Quando começamos as tratativas com a OHM, vimos que nossas ideias eram bem parecidas e a parceria atenderia os objetivos de ambos os lados. Agora, passamos a contar com um time de analistas importante lá fora, além do suporte da Morningstar, que dá um aval importante”, explica em entrevista à CRC!News.
Já no caso da OHM, a grande vantagem está em contar com a rede de clientes da Levante para ganhar maior escala para a distribuição dos seus serviços. “A parceria faz sentido pois temos uma atuação totalmente complementar. Vemos uma tendência nessa direção, com a XP lançando plataforma internacional, temos a Avenue que já está mais consolidada… Acreditamos que o brasileiro vai aumentar muito sua parcela de investimento offshore”, explica Roberto Attuch, CEO da OHM Research.
Leia mais
EQI incorpora time da Garín e planeja escritório no EUA
Quantum oferece ferramentas para escritório customizar análise de investimentos
Economista sincero: “Quem não investe no exterior é louco. Pode começar amanhã”
Foco no assessor
Para Dias, o foco da parceria será abastecer os assessores com informações sobre o mercado externo para que eles tenham maiores subsídios para trabalhar estes ativos. Por se tratar de um ambiente extenso e complexo em relação a riscos e tributos, por exemplo, ele acredita ser importante dar este suporte ao profissional e seus clientes.
“Os assessores desempenharam um papel fundamental na democratização dos investimentos locais, e acredito que este mesmo movimento deve se repetir na parte internacional. A alocação lá fora estava limitada apenas aos clientes qualificados, mas a porta vem se abrindo cada vez mais a todos”, diz.
Por meio da parceria, as casas de análise devem oferecer um plano que inclui, além dos relatórios internacionais, morning calls e quatro diferentes carteiras recomendadas: Top 10 Global, dividendos, ETFs e Reits, o equivalente norte-americano aos nossos fundos imobiliários. Completam o pacote as trade opportunities, que são recomendações enviadas aos assinantes conforme surgem boas janelas de negócio.
“O investidor já depende do país caminhar bem para assegurar sua renda futura através da empresa ou do emprego. Não faz sentido também relacionar tudo o que já poupou com o cenário nacional. É uma questão básica de diversificação”, aponta Attuch.
Dias acrescenta que o brasileiro ainda tem um viés muito nacional e fica bastante refém do CDI, mas essa diversificação de países, moedas e setores é fundamental em um portfólio, pois ajuda reduzir a volatilidade e a exposição a riscos. “Existe um leque enorme de oportunidades lá fora que não encontramos aqui, e ter isso na carteira faz com que a pessoa amplie as chances de alcançar uma boa rentabilidade no longo prazo”, encerra.
Texto publicado na edição 55 da revista CRC!News, acesse e leia a edição completa.