A NVA Capital começa com as participações nas startups que eles vêm fazendo há cinco anos. O ecossistema de fintechs nos segmentos de crédito, investimentos, pagamentos, educação e conteúdo têm a preferência dos investidores-empreendedores
Da Redação
Eduardo Glitz, Marcelo Maisonnave e Pedro Englert deram início a um projeto de investimento em startups do ecossistema de fintechs em 2016. A experiência vivida por eles no Vale do Silício mostrou que a aceleração da tecnologia e a redução de barreiras de entrada provocaria mudanças no tradicional mercado financeiro brasileiro. Nesses cinco anos, eles realizaram 10 aportes com uma taxa de sucesso fora da curva de mercado: nenhuma ficou pelo caminho, todas fizeram novas rodadas após a entrada do trio, atraindo JP Morgan, Kaszek, GIC, Kinea, Pátria entre outros, e cresceram pelo menos 50% a receita no último ano. Por isso, eles decidiram dar um passo adiante e criar uma estrutura para serem ainda mais participativos nas investidas: a gestora NVA Capital.
“A evolução das nossas empresas nos forçou a amadurecer no mesmo ritmo delas”, diz Marcelo Maisonnave. “Os negócios cresceram muito e demandam de nós mais competência. Esse é o motivo pelo qual iremos criar uma estrutura de suporte dedicada aos nossos negócios.”
A NVA Capital começa com uma carteira de nove empresas investidas – Monkey, Startse, Warren, Vórtx, Fitbank, BMC News, Yuool, Lovin e Captable – que se concentra nos segmentos do ecossistema de fintechs que Maisonnave, Englert e Glitz têm preferência: crédito, investimentos, pagamentos, educação e conteúdo. Ao longo do tempo, essas startups receberam aportes de 14 investidores de venture capital, que se uniram à NVA. Sobre os novos investimentos, os sócios da NVA analisam entre 10 e 20 startups, em média, por mês. Embora não tenha uma meta a ser cumprida, historicamente eles realizam dois investimentos por semestre.
“Temos muito orgulho dos sócios que temos e dos negócios que criamos. Sentimos que temos uma história interessante para contar e fazer mais. A NVA nasce do nosso desejo de seguir aprendendo, de apoiar empreendedores talentosos e de escalar os valores que acreditamos”, afirma Pedro Englert. “Queremos encontrar pessoas especiais com propósitos como os nossos dentro dessas cinco verticais do ecossistema de fintechs. Nossa preferência é entrar nas empresas cedo. Muito cedo como nas rodadas pré-seed ou seed money, pois é quando queremos ser mais relevantes para o empreendedor.”
Como investidores-empreendedores, a NVA se diferencia pela maneira com a qual os três sócios pensam, influenciam e participam de cada negócio. O perfil de Maisonnave, Englert e Glitz é o de ficar próximo à gestão e trabalhar lado a lado do fundador, ajudando tanto na estratégia como nas decisões do dia a dia. E não pensam no prazo de desinvestimento – isso explica por que as 10 investidas cresceram, atraíram novos investidores e algumas estão no caminho de se tornar unicórnios.
“Nós nos importamos com cada uma das empresas e com seus times. Com o chapéu de investidores, não estamos em busca de um gol de ouro que compense a perda nos demais investimentos. Trabalhamos para que cada empresa vá o mais longe possível. Não trabalhamos com a hipótese de right off [dar baixa]. Somos empreendedores junto com os founders e isso faz toda a diferença”, diz Eduardo Glitz.
Além dessa característica que diferencia a NVA das empresas tradicionais de investimentos em venture capital, não haverá captação de dinheiro de terceiros. Todos os recursos continuarão sendo oriundos de Englert, Glitz e Maisonnave.
“Estamos profissionalizando a estrutura para otimizar os ativos que já temos, não para captar recursos de terceiros. Temos uma grande oportunidade de ganho de capital trabalhando para que as nossas empresas cresçam muito mais” afirma Maisonnave. “Nosso objetivo fundamental é o sucesso das empresas que estão no nosso portfólio. Vamos trabalhar para que, nos próximos dois anos, duas ou três delas virem unicórnio ou abram capital.”