Há pouco mais de dois anos a área de pessoa jurídica, também chamada de corporate, tem crescido nos escritórios de assessoria de investimento, muito por conta de uma demanda que se mostrou forte durante o período de pandemia e isolamento social. Em meio ao momento adverso, muitas empresas se viram tentadas aos investimentos para ajudar nas finanças, enquanto outras nasceram nesse período e dobraram de tamanho, precisando de um serviço especializado.
Foi nessa toada que alguns escritórios, motivados pela XP, começaram a trabalhar internamente a área PJ, encontrando muitas oportunidades de crescimento. A Atrio Investimentos, por exemplo, conta hoje com 59 sócios, sendo 14 deles dedicados aos PJs.
Apesar de um crescimento abrupto, o cuidado em preparar seus assessores para esse segmento é essencial. Para Edson Cruz, sócio da Átrio Investimentos, “as pessoas que operam PJ devem ter o FB100 ou equivalente, além das atualizações do curso/certificação da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e alguns módulos do PLDFT (Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo)”.
Sócio e head Corporate & FX na Faros Private, José Roberto Lopes acredita que a estrutura por trás do assessor, ou seja, o time que está montado para dar suporte a ele, também é uma parte muito importante na preparação para atuar junto a esse segmento. “Para mim, um modelo vencedor é o que possibilita a interação do assessor que tem a conta PJ com a equipe de pessoa jurídica”, revela à CRC!News.
Esse cuidado é fundamental para um atendimento personalizado, que permita analisar minuciosamente as dores de cada cliente e entender quais são os produtos a serem investidos, por mais que ainda não exista um “ideal”. Ambos os escritórios acreditam que para obterem melhores resultados com esse tipo de cliente, ainda é preciso um crédito sob medida para suas necessidades casado com um tempo adequado de resposta.
Hoje, entre os diversos produtos e serviços que são oferecidos às empresas, estão os Investimentos (CDBs, LFTs, CRI, CRA, Debêntures); Crédito (Kgiro, Desconto Recebíveis, ACC, Finimp); Seguros (Patrimonial, Garantia etc).
A Faros Investimentos, que já recebeu o Selo XP Empresas, também tem atuado fortemente na área de corporate e vem se dedicando cada vez mais a esse setor. “Vemos um futuro hiper promissor, pois há um movimento de ‘desbancarização’, assim como houve com a pessoa física”, relembrou José Roberto. Ele vislumbra que as grandes empresas podem migrar para escritórios de assessores por se sentirem desassistidas em suas demandas, o que deve impulsionar o crescimento da profissão.
“Eu acredito que há uma efetiva complementaridade e que a PJ deve ter uma participação mínima de 40% no resultado de um escritório a partir do segundo ano de atuação. Outro ponto é que essa área eleva substancialmente o ROA dos Escritórios. Costumo dizer que por trás de uma PJ tem no mínimo uma PF que podemos trazer para nosso escritório também”, constatou Edson.
Leia mais destaques do setor na edição 37 da revista CRC!News.