Se a economia do Brasil deu sinais de recuperação em 2021, muito disso se deve ao agronegócio, que respondeu por 27,4% do PIB nacional, percentual mais elevado desde 2004. Tamanha força vem despertando interesse crescente dos investidores e fazendo com que o setor ganhe cada vez mais produtos no mercado financeiro. O mais recente deles é o ETF IAGRO-FFS (AGRI11), lançado pela BB DTVM. Trata-se do primeiro fundo de índice listado na B3 com foco no segmento agro.
Em entrevista à CRC!News, Paulo Manzione, head comercial para atacado e institucionais da gestora, explica que esse é um produto comum em mercados mais desenvolvidos, mas ainda faltava para o investidor nacional. Para ele, a própria evolução do segmento agro no país, cujas empresas passaram a abrir capital nos últimos anos, é o que torna o lançamento possível.
“A B3 sempre foi muito concentrada, mas isso está mudando. Para criarmos um índice que replique o setor, era preciso ter um mercado desenvolvido e com um bom volume de papéis. Hoje, nossa bolsa já reúne empresas de diferentes pontas da cadeia agro, incluindo logística, insumos e maquinário. Isso nos permite construir uma carteira diversificada para o investidor”, afirma.
Manzione acrescenta que o principal atrativo do ETF, cuja taxa de administração será de 0,35% ao ano, está na resiliência do agronegócio, que mesmo com o país enfrentando um cenário desafiador demonstrou robustez ao longo de todo o ano passado.
“É um produto que acrescenta muito em termos de diversificação. Em um primeiro momento ele pode despertar o interesse de quem já é ligado ao ramos, mas ele tem potencial para atingir o investidor em geral. Trata-se de um setor com participação significativa na produção de riqueza interna, que gera empregos e demonstra força em momentos adversos da economia”, esclarece.
Estímulo para o agro
Mais do que se apresentar como um produto capaz de gerar diversificação à carteira dos investidores, o head comercial acredita que o ETF também deve desempenhar um papel importante para o próprio agronegócio.
“É uma iniciativa que fomenta indiretamente o mercado do segmento e estimula outras empresas a seguir pelo mesmo caminho. Ao abrir seu capital, as companhias passam a disponibilizar informações mais amplas de modo a atender uma série de requisitos de transparência, o que permite até mesmo acessar novas linhas de crédito que antes não estariam disponíveis”, diz.
O AGRI 11 é o primeiro fundo a seguir o índice Agro Free Float Setorial (IAGRO B3), criado recentemente pela B3 com ações de 32 empresas ligadas ao agronegócio, incluindo desde o setor primário, até a parte de insumos, agroindústria e serviços.
“O mercado de ETF vem se desenvolvendo bastante no país, mas ainda faltava algo que replicasse esse o agro. É um setor que sempre esteve no DNA do Banco do Brasil, com linhas de crédito e fomento, e agora somos pioneiros em criar esta oferta”, encerra Manzione.
Leia mais destaques do setor na revista CRC!News, texto publicado na edição 37.