Fundada há um ano, a Suno Asset começou com o pé direito. O primeiro fundo da companhia foi o SNFF11, listado em maio do ano passado. Em junho, iniciou mais dois projetos: os fundos de ações e de certificados de recebíveis imobiliários (CRI). “Foram produtos muito demandados pelos investidores de maneira geral, mesmo em um cenário desafiador”, conta Vitor Duarte, CIO da Suno Asset, à CRC!News.
O executivo falou ainda sobre a marca de R$100 milhões em captação alcançada pelo Suno Master em um ano em que a indústria de fundos perdeu R$40 bilhões em saques. Com um 8% acima do Ibovespa, o fundo levantou outros R$6 milhões em apenas dois dias na última semana.
O produto está na XP e deve ficar disponível para toda a base da plataforma nas próximas semanas. “É um fundo que estava pescando em aquários muito pequenos e agora vai estar disponível para o grande público”, pondera Viitor
Ainda no primeiro ano, a Suno Asset recebeu o mandato do fundo imobiliário da Mogno, o MGLG, que inclui imóveis de empresas como Volkswagen, Ceratti, e Itambé. O número de funcionários também avançou: hoje, o time que começou do zero já conta com 37 talentos.
Outro dos destaques desse período é o SNCI11, fundo de CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários), que viu o patrimônio líquido passar de R$250 milhões para R$370 milhões, um crescimento de 48%. Com uma estratégia de diversificação do portfólio para trazer maior segurança, o produto reúne diversos tipos de empreendimentos em diferentes partes do país. “Colocamos ele de pé em outubro com 80 cotistas. No primeiro dia, o número saltou para 2 mil e hoje já são mais de 32 mil. Nossa proposta é ser um fundo tão variado que a pessoa não precise ter outro”, conta Vitor.
Vitor, no entanto, não atribui o sucesso somente à diversificação. Para ele, outros aspectos influenciam, como o perfil da carteira e a capacidade da Suno de originar operações. “Ao comprar de um banco, é preciso pagar comissão para originador, estruturador e para a própria instituição, então você pega o ativo com uma taxa menor. Quando você conhece o cara que está construindo o prédio e dá o dinheiro na mão dele, elimina toda essa estrutura de custo. Nosso sucesso vem de originação própria, estrutura de custos eficiente e uma diversificação de setores. E conseguimos fazer isso porque contratamos pessoas muito boas”, conta o CIO.
Olho no futuro
Vitor ainda ressalta a capacidade da empresa atrair novos talentos por conta de sua presença massiva no ambiente digital, como Instagram e YouTube. No ano passado, a empresa promoveu o Suno Challenge. Mais de 5 mil pessoas se candidataram às quatro vagas de estágio oferecidas, fazendo com que a relação candidato-vaga fosse maior do que a de um vestibular de Medicina. “A molecada de 25 anos chega com um nível de conhecimento que eu só fui adquirir depois dos 30, e tem coisas que elas trazem que eu nem sei ainda”.
A organização do sistema de gestão também é um fator determinante para o bom momento. Desde o presidente até os estagiários, todas as 300 pessoas da corporação têm quatro metas de acordo com a sua função. “Todos os dias, um analista precisa falar com uma fonte, ler uma portaria, etc. Parece algo pequeno, mas no final do ano ele terá conversado com 250 pessoas do setor e consultado 250 documentos”, conta.
Para os próximos passos, a Suno Asset pretende levantar dois fundos de previdência, sendo um de renda fixa e outro de renda variável. Um fundo imobiliário focado em energia limpa também está no radar. “O nosso fundo de agro, Suno Agro, já está de pé, apenas esperando passar os 90 dias”, conta Vitor. O lançamento deve acontecer na segunda semana de agosto. A Suno pretende lançar ainda um fundo de global equities até o final do ano.