Em busca de maior participação nas decisões e apostando em um modelo com menor concentração de equity entre os sócios, um grupo de assessores deixou um escritório da XP para fundar a Gradus Investimentos, assessoria vinculada ao Safra Invest com sede no Rio de Janeiro.
Segundo Bernardo Vasques, um dos seis sócios-fundadores, o novo escritório foi criado em outubro e reúne quatro pessoas oriundas da Arcani Investimentos, sendo dois deles sócios, um assessor que era backoffice em outro escritório, e uma sexta pessoa ex-Prudential, que será responsável por tocar a área de seguros.
“Trabalhei por 18 anos no mercado de educação e fazia o financeiro do escritório. Outro tocava o B2C e a mesa digital. Dois vieram de banco, incluindo um com atuação na área PJ. Todos são de contextos diferentes, mas que se complementam e convergem em nosso objetivo de criar algo diferente do que é encontrado no mercado”, aponta em entrevista à CRC!News.
Em sua visão, a cultura de partnership construída nos escritórios se tornou inacessível para a maioria dos assessores. Assim, mesmo somando uma carteira relevante e tendo boa participação na receita gerada, o profissional não consegue ajudar a determinar os rumos do negócio.
“Não acreditamos nessa concentração de equity que acontece no mercado, com dois ou três pessoas ficando com 80% da empresa. Projetamos uma estrutura que já prevê a diluição da participação, e todos os seis que estão entrando agora terão uma participação relevante, acima de 10%”, detalha.
Outro ponto destacado por Vasques diz respeito à medição da carteira, indicando quanto cada pessoa gera de caixa. Para ele, esta prática não deveria se refletir tanto na remuneração de cada um.
“Vamos pagar as pessoas por coisas que elas executam e criar estímulos para não precisarem ser apenas comerciais. Ter ou não carteira não muda a chance de ter mais equity, pois as pessoas trazem muitas contribuições que não aparecem nesses dados. Por fim, acreditamos na democratização das decisões. Não existe transparência em como as partes se sentem, e consideramos importante ouvir todo mundo”, diz.
Opção pelo Safra Invest
Ainda segundo Vasques, a escolha pelo Safra Invest se deu em função do momento vivido pela plataforma na comparação com outros players. “Em muitas operações percebemos, que a régua de exigência subiu muito em termos de custódia. XP e BTG estão aumentando spread para a remuneração e as estruturas se tornaram muito distantes. Um escritório 10 vezes maior não tem a mesma proximidade na XP que teremos com o Safra banco. É um contexto de mais parceria e construção em conjunto, e o nome e a marca Safra dispensam apresentações”, resume.
Para o próximo, os planos serão voltados para expandir o escritório recém-criado. Nesse sentido, está prevista a contratação de seis a oito novos assessores, e a abertura de uma nova sede fora do Rio de Janeiro em 2024. “Nosso foco é na alta renda, mas também vamos buscar estruturar uma operação para o varejo, pois vemos poucos escritórios trabalhando bem com esse público. Queremos criar um modelo menos desigual para sócios e assessores”, encerra.