A XP acaba de lançar uma ferramenta para negociação de ativos ilíquidos, especialmente cotas de fundos alternativos.
Até então, o investimento nesse segmento era basicamente concentrado nas ofertas públicas, quando os gestores vêm a mercado para captação dos novos fundos. Desse momento em diante, a ampla maioria dos investidores mantém o capital travado no fundo por prazos longos como 5, 10 ou mesmo 15 anos. Com o lançamento da ferramenta automatizada para negociação no mercado secundário, a XP espera sanar uma dor de muitos investidores que ao longo dessa trajetória podem precisar de alguma liquidez.
De quebra, a expectativa é fomentar ainda mais o segmento “primário”, mostrando aos investidores que agora eles têm múltiplas alternativas quando investem em fundos como de Private Equity, Venture Capital, Venture Debt, Distressed, entre outros.
“Somos um grande entusiasta da indústria de alternativos no Brasil e entendemos que não basta apenas oferecermos os melhores gestores do mercado para nossos clientes. Precisamos ir além, fomentando e/ou desenvolvendo todo um ecossistema para que essa classe de ativos saia do nicho private e comece a fazer parte do portfólio dos demais investidores brasileiros” diz Gustavo Pires, sócio e head da área de Asset Management Services da XP.
O executivo completa: “Esse foi um dos projetos mais desafiadores que já me deparei nesses 12 anos na XP, com uma complexidade de cenários sem paralelo. Estamos orgulhosos de manter uma agenda de vanguarda no Brasil, solidificando nosso posicionamento no segmento de Asset Management.”
Nesse primeiro momento, as negociações serão feitas por meio dos assessores de investimentos, ou seja, o cliente final precisará ser assessorado. A ideia, porém, é que nas próximas etapas do projeto o cliente possa operar diretamente.
Segundo Pires, a unificação de um mercado secundário líquido com um primário diferenciado será o catalizador para um grande salto de crescimento da classe de ativos de alternativos. “Naturalmente que toda uma experiência fluida e agradável, além de um incansável processo educacional dos investidores serão iniciativas igualmente importantes.”
Em 2021, a XP foi protagonista no mercado de investimentos alternativos levantando R$ 2,5 bilhões de compromisso em investimentos privados através de 16 novos fundos. No total, a XP já tem mais de 35 mil investidores nesta classe de ativos — antes restritos a ultramilionários, e hoje de mais fácil alcance a investidores qualificados, com aportes a partir de R$ 25 mil. Em termos de ativos sob custódia, a meta é dobrar, de atuais R$ 6,5 bilhões para R$ 13 bilhões até o fim do ano.
Segundo dados da ABVCAP e KPGM, em 2021, foram investidos mais de R$ 53,8 bilhões em Private Equity e Venture Capital no Brasil, número 128% maior que os R$ 23,6 bilhões investidos em 2020. No mundo, a classe de ativos considerados alternativos já supera a marca de US$7 trilhões e representa mais de 20% da alocação de investidores institucionais, de acordo com dados da Financial Times e McKinsey.