Luísa Laval e Cynthia Decloedt, O Estado de S.Paulo
Um dia depois de a XP Investimentos ter divulgado seu balanço para o primeiro trimestre de 2022, a gigante brasileira sentiu a insatisfação dos investidores na Bolsa de tecnologia Nasdaq. Após chegarem a perder 15% pela manhã, os papéis fecharam em baixa de quase 7,5%. Apenas ontem, a perda de valor de mercado foi de US$ 985,6 milhões. Em um ano, a baixa da XP no pregão de Nova York supera 40%.
De acordo com analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, o desempenho ruim das ações foi motivado menos pelos resultados e mais pela indefinição da venda da fatia do Itaú e da Itaúsa na empresa.
A XP fechou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 987 milhões, o primeiro resultado trimestral abaixo de R$ 1 bilhão desde o início de 2021. O sócio e diretor financeiro da XP, Bruno Constantino, comentou que o início do ano foi desafiador tanto pelo impacto da variante Ômicron na economia quanto pelo início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Esses fatores alimentaram a volatilidade no mercado, especialmente o de ações, que concentra a maior parte das receitas da XP.
O banco americano JP Morgan apontou em relatório que a XP apresentou um resultado “tímido” no primeiro trimestre deste ano, com redução de rendimentos. De acordo com a instituição, esse cenário, combinado com as vendas “intermináveis” de ações da Itaúsa e, em breve, do Itaú, foi o suficiente para os papéis desabarem ontem.
Texto publicado no portal O Estado de S.Paulo.