Após manifestações no feriado da independência nacional, o mercado ficou em alerta para os discursos do Presidente Jair Bolsonaro.
Para a economista-chefe da Veedha, Camila Abdelmalack, toda a movimentação no dia de ontem terá um impacto no cenário político e na agenda do poder legislativo. “Estamos acompanhando os possíveis adversários do Jair Bolsonaro para as eleições de 2022, como estão se manifestando nas redes sociais e também como os ministros e outros funcionários do Estado brasileiros e outros agentes políticos estão se manifestando”, explicou Abdelmalack.
“As manifestações vieram maiores do que o mercado esperava, que agora deve ler isso como a continuidade da alta temperatura nas instituições e na crise entre os poderes. Não só pelo tamanho, mas em virtude dos discursos do Presidente”, pontuou o economista chefe da Integral Group, Daniel Miraglia.
O mercado fica mais retraído com essas situações. “O CDS estava em alta, então existe a percepção de risco, isso porque existe uma tensão no cenário político. Na Bolsa, a segunda-feira foi um dia de recuperação e começou a desacelerar por conta do noticiário político”, comentou Abdelmalack.
Sobre o dólar, a economista do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli explica “Apesar das demais moedas emergentes apresentarem ligeira alta, o real é o destaque negativo. Agora está subindo mais de 2%, começou a subir depois da declaração do ministro do STF, Luiz Fux, rebatendo as criticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro ontem. A piora da crise institucional deve continuar aumentando tanto a volatilidade, quanto a aversão ao risco aqui e isso vai vai provocando pressão na nossa moeda”.
Foram registradas manifestações a favor e contra o governo em 24 Estados.