A quarta-feira se inicia com mercados positivos e o evento mais importante da semana segue na atenção dos investidores, a reunião do FOMC (comitê de política monetária do Banco Central americano, o FED). A reunião de dois dias se encerra hoje, e será seguida pelo pronunciamento dos dirigentes do FED – em especial, do presidente da instituição, Jerome Powell. Investidores ao redor do mundo aguardam sinalizações sobre os planos futuros para o aumento da taxa de juros e a redução de estímulos no país.
O consenso precifica quatro altas de juros de 0,25 pp ao longo deste ano, enquanto nosso time de economia aponta possíveis três no período. Powell tem sinalizado que o ajuste da política monetária deve ser mais rápido do que o inicialmente esperado, o que trouxe volatilidade aos mercados de ações e juros nas últimas semanas. Esperamos que a primeira alta ocorra já na próxima reunião do FOMC, em março.
Com a continuidade da tensão entre Rússia e Ucrânia, o presidente americano, Joe Biden, diz considerar sanções pessoais a Vladimir Putin, se a Rússia invadir a Ucrânia. Em paralelo, governos europeus discutem possíveis sanções econômicas e impactos a região. A moeda russa já apresenta desvalorização e se aproxima aos níveis do início da pandemia.
Os preços do petróleo continuam em alta. O barril de petróleo se aproxima dos 89 dólares por barril, o nível mais alto em oito anos. Estoques baixos nos EUA e a tensão na Ucrânia vêm contribuindo para a pressão sobre os preços.
No Brasil o destaque hoje é a divulgação do IPCA-15, espécie de prévia da inflação, referente ao mês de janeiro. Esperamos 0,45% de alta em relação a dezembro, em linha com a estimativa média do mercado.
A alta recente nos preços de commodities deve manter a inflação de curto prazo sob pressão. Por outro lado, uma demanda doméstica mais fraca (causada pela própria inflação alta e também pela alta da taxa básica de juros, a Selic), além da elevação de juros ao redor do mundo, que deve ajudar a reduzir as pressões sobre os preços ao longo do ano.
O Brasil teve seu pedido de acessão a OCDE aprovado por países membro – um pleito que estava sendo negociado desde a administração Temer. O processo deve levar anos para ser concluído, e inclui mudanças em diversas regulações e legislações em áreas como tributação, meio ambiente, comércio internacional e transparência. Entre as exigências no processo de acessão está a zeragem do IOF (imposto incidente sobre operações estrangeiras). A queda do imposto que vemos em transações com cartões de crédito e débito no exterior deve iniciar em 2022, com redução de 6,38% para 5,38% na alíquota. A redução será de 1 p.p. ao ano até 2027, zerando em 2028. Já o IOF para aquisição de moeda ou remessas, a taxa ficará em 1,1% até 2027 e zera em 2028.