As bolsas amanhecem em clima de cautela nesta terça-feira em que se inicia a reunião de dois dias de política monetária do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos. Ontem foi um dia conturbado nas bolsas: o S&P, que reúne as maiores empresas listadas no país, está em território de correção, apresentando queda de -10% em relação à máxima histórica. A bolsa chegou a perder US$ 3 trilhões em capitalização no pregão. Pesado, mas o índice acabou fechando positivo.
Espera-se que o banco central americano forneça orientação sobre a trajetória de aperto da política monetária (e aumentos nos juros) antes da reunião de março, na qual os investidores esperam a primeira alta de juros pós-pandemia. Por aqui, projetamos 3 altas em 2022.
Ainda nos EUA, atividade comercial cresceu no ritmo mais lento em 18 meses em janeiro, com um aumento nas infecções por Covid-19 piorando a escassez de trabalhadores nas fábricas, embora a demanda permanecesse forte. A empresa de dados IHS Markit disse ontem que seu índice PMI composto dos EUA, que acompanha os setores de manufatura e serviços, caiu para 50,8 este mês, ante 57,0 em dezembro. Esse foi o nível mais baixo desde julho de 2020. Lembrando que uma leitura acima de 50 indica crescimento no setor privado.
Um acúmulo de tropas russas na fronteira com a Ucrânia causou temores de que a Rússia invadiria o país. A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) disse ontem que está colocando a força de prontidão e reforçando a Europa Oriental com mais navios e caças.
O instituto Ifo divulgou hoje cedo seu índice de clima de negócios na Alemanha de janeiro, que subiu em relação ao mês anterior. É a primeira melhora em sete meses com a redução dos gargalos na oferta ajudando a elevar a produção industrial na maior economia da Europa.
No Brasil, o governo ainda debate sobre qual seria o conteúdo ideal da PEC dos Combustíveis, em especial a inclusão da possibilidade de redução do ICMS. Mas há pressões políticas contrárias. Segundo estimativas da XP, na situação extrema em que houvesse a zeragem ICMS/PIS/Cofins seria de 4,2% no IPCA de 2022, ao custo de R$ 237 bilhões. Mas o cenário é improvável, pois sem compensação da União, os estados continuam restritos pela impossibilidade de emitir dívida.