Os mercados encerraram o pregão ontem de forma mais positiva, após um alívio trazido pela fala de Jerome Powell (presidente do Banco Central dos EUA, o FED) sobre o país estar em uma “era de juros baixos”, indicando que os aumentos na taxa de juros por lá podem ser um evento passageiro.
Esse bom humor se estende e hoje os mercados internacionais amanhecem levemente positivo, à espera da divulgação do dado de inflação ao consumidor também nos EUA – o famoso CPI, na sigla em inglês.
Nos EUA, projeções apontam para um aumento de 0,4% nos dados de dezembro e 7,0% na comparação anual, o que seria o valor mais alto desde 1982. O dado é essencial para determinar os próximos passos do FED sobre a alta de juros e o fim dos estímulos monetários por lá.
Já aqui no brasil, nosso principal índice de inflação ao consumidor (o IPCA) divulgado ontem registrou alta de 10,06% no ano de 2021. Mesmo tendo desacelerado na comparação com novembro, esse foi o maior nível anual desde 2015 – muito acima da meta estabelecida de 3,75% pelo Banco Central. Com isso, o presidente do Banco Central enviou uma carta ao Ministro da Economia, explicitando os motivos pelos quais a inflação acabou o ano acima do limite superior da meta (algo que, infelizmente, não é incomum em nosso passado recente).
Dito isso, acreditamos que a inflação deve perder força ao longo desse ano, atingindo 5,2% em dezembro – o que não significa que os preços devem cair, mas sim, passar a subir mais lentamente.
Na China, ambos os índices CSI 300 e Hang Seng encerram em alta, com otimismo em relação aos dados de inflação divulgados no país. Por lá, os dados de preços ao consumidor e ao produtor vieram abaixo do consenso do mercado. Isso abre espaço para uma política monetária mais estimulativa, reduzindo as preocupações dos investidores com uma possível desaceleração na economia do país.
Em relação à Ômicron, o aumento nos casos na Europa mostra poucos sinais de desaceleração. A Alemanha registrou um novo recorde diário de casos de Covid-19 na terça-feira e mais da metade das pessoas na região pode contrair a nova variante nos próximos dois meses, se as infecções continuarem nas taxas atuais – segundo a Organização Mundial da Saúde. Assim, o tema segue no radar dos investidores.