O boletim Focus divulgado na manhã desta segunda-feira (23) indicou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegará em 7,11% este ano, deixando para trás a previsão da semana passada, em que estava previsto em 7,05%.
Com esta alta, chegamos a 20ª semana de alta nas projeções de inflação. Essa projeção já está acima da meta estabelecida para 2021, de 3,75% – deve ser considerada uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
“Esse foi o grande destaque. O mercado vê o IPCA acelerando além do esperado, na semana anterior. Ocorre que isso está tendo que ser revisado o tempo inteiro porque efetivamente o cenário deu uma mudada radical”, ressaltou o economista-chefe da Nippur, Cristian Rafael Pelizza.
O economista explica os principais motivos para as projeções dos investidores em relação ao IPCA.
“Tivemos muita pressão com a crise hídrica sobre o custo de produção. Ainda não tem toda a cadeia produtiva bem estabelecida no pós pandemia. Então, existe a escassez de alguns insumos. E para completar temos a reabertura das economias fazendo que alguns setores que vinham com preços mais comprimidos passem a ter uma demanda mais forte e os preços tendem a acompanhar”.
Já para a taxa básica de juros, Selic, a projeção se manteve em 7,50%. Olhando para o cenário futuro, os economistas do Boletim Focus acreditam que em 2022 a taxa ficará em 7,50%, em 2023 cairá para 6,50% e em 2023 deve se manter em 6,50%.
Para Pelizza, a tendência é de a taxa ficar nesse patamar até o fim do ano podendo ser elevada para 8%.
“Como a inflação vem acelerando dificilmente o Banco Central vai conseguir segurar próximo de 7%, sem acelerar a Selic de maneira consistente. Pode esperar entre 7,5% e 8% tranquilamente até o final do ano”, avalia.
Há quatro semanas, o boletim apontava que o Produto Interno Bruto (PIB), cresceria em 5,29% , mas esta foi a segunda semana consecutiva que o Boletim Focus diminuiu a projeção para o PIB nacional, neste ano é esperado que fiquei em 5,27%, na última semana a previsão era de 5,28%.
A situação piora ao olharmos para as projeções do PIB em 2022, quando os especialistas apontam que crescerá 2,00%, na última semana o crescimento esperado era de 2,04%. Para 2023 a previsão se manteve com 2,50%.