A primeira semana de outubro começou intensa, a previsão da inflação continuou a subir e agora é de 8,51%, chegando a 26 semana seguida de aumento. O IPCA em setembro subiu 1,16% e o acumulado de 12 meses passou para dois dígitos, chegando a 10%.
“Foi o maior patamar para o mês de setembro desde 1994, mas temos que nos atentar ao fato de a inflação estar concentrada aos grupos que são, normalmente, para gastos de sub existência – habitação, transporte e alimentação em domicílio. Temos uma concentração de pressão de preço nesses gastos, essa inflação afeta principalmente a população mais pobre”, comentou a economista chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack.
“Provavelmente o pior da inflação já ficou para traz e agora vamos ver esse acumulado de 12 meses cair possivelmente até o ano que vem”, argumentou Luciano.
Nesta semana o IBGE também divulgou dados referente a projeção econômica, que mostram que, ao contrário do semestre passado, neste semestre vamos ver uma recuperação mais lenta, justificando até o PIB menor. “Tivemos uma frustração tanto nos dados de indústria, quanto no varejo. Muito provavelmente o PIB ficará mais próximo dos 4,5%, do que acima dos 5% que eram esperados. A economia está andando de lado, muito diferente da dinâmica do primeiro semestre, que mesmo sem a vacinação já víamos as atividades se recuperando”, explicou o economista, Luciano Sobral.
No cenário político, seguem as expectativas sobre o orçamento para o novo auxílio emergencial. “O congresso perdeu tempo discutindo sobre como abaixar o preço da gasolina, enquanto isso estamos uma semana mais perto do final do mês, que é quando o auxílio emergencial termina e não tem nada para entrar no lugar”.
Depois de algumas baixas, o IBOVESPA subiu e na sexta-feira o resultado da bolsa foi diferente dos mercados internacionais. “Se descolou do mercado externo, enquanto o mercado lá de fora está no 0 a 0, o IBOVESPA sobe mais de 2%”, pontuou o Head de Renda Variável da Valor Investimentos, Romero Oliveira.
A principal fonte de pressão da taxa de cambio é internacional, de acordo com a analisou a economista chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte. “A expectativa de retirada dos estímulos da economia americana tem refletido no aumento dos juros dos tresuries americanos e isso impacta em cheio nas moedas emergentes. Mais juros nos EUA = pressão nas moedas emergentes. O tema orçamentário do EUA também pesa, mas pouco; de qualquer aumenta volatilidade. Além disso, o pano de fundo do Brasil segue muito ruim. Além da questão fiscal, os dados de venda do varejo de agosto ontem, por exemplo, foram bem abaixo do esperado. Apesar de ser uma informação “de retrovisor”, é mais um banho de água fria para as projeções de crescimento. Ou seja, podemos esperar mais revisões para baixo em nosso PIB. Tudo isso em um cenário de pressão inflacionária, ambiente político pouco propício para evolução de discussão sobre as reformas. Resultado, dólar acima dos 5,50.”