A semana começou com o Boletim Focus anunciando que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 não deve chegar aos 5% esperados. A previsão caiu para 4,97%. Enquanto isso, a expectativa para inflação medida pelo IPCA está cada vez maior, em 8,69%.
Na quarta-feira (27), após a penúltima reunião do Copom deste ano, a taxa Selic subiu 1,75 ponto percentual e chegou a 7,25% ao ano. Essa foi a sexta alta consecutiva dos juros no Brasil, mas a segunda acima de 1 ponto percentual. Para a próxima e última reunião do colegiado do ano, o mercado já espera por uma alta igual ou maior do que essa última.
“Esse aumento aconteceu, principalmente, por conta do risco fiscal atribuído ao horizonte relevante de inflação para 2022 e 2023. Conforme o mercado vai colocando na conta o risco de uma inflação mais alta, o Banco Central vai ajustando a condição de política monetária”, explicou o economista da CM Capital, Alexandre Almeida.
Os riscos fiscais e políticos continuam assombrando o Brasil. As falas do presidente Jair Bolsonaro sobre a Petrobras geraram mais incertezas. “Qualquer sobra de interferência política acaba pesando. Além da forma erradica de que o Executivo tem conduzido as coisas, em um dia fala que pode privatizar; no outro quer fazer uma intervenção direta, pelas palavras do presidente”, pontuou o Head de Renda Variável da Zahl Investimentos, Flávio de Oliveira.
Expectativas
O foco é direcionado à próxima quarta-feira (3), em que o Copom irá disponibilizar a ata da reunião, trazendo informações e detalhes de como será conduzida e quais serão as condições das ações de política monetária.
No exterior, o FED deve anunciar quais serão os próximos passos da economia americana. É esperado que comece a retirada de incentivos aos ativos, que terá impacto direto no dólar.
“A expectativa é de que os juros comecem a subir no segundo semestre do ano que vem nos Estados Unidos”, pontuou o economista Almeida.
Outro ponto que deve prender a atenção do mercado é o anúncio dos dados relativos às folhas de pagamento dos EUA, considerado o ponto mais importante sobre o mercado de trabalho.