A quarta-feira foi marcada por dados de inflação no mundo. Após a divulgação de dados melhores do que o esperado na China pela manhã (vistos com bons olhos diante da expectativa de maior espaço para atuação do governo chinês no estímulo à economia) foi a vez da inflação ao consumidor nos Estados Unidos. O indicador de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do país registrou alta de 7,0% na variação anual, atingindo o maior nível desde junho de 1982.
O dado corroborou a expectativa de uma alta de juros próxima no país, além da provável redução do balanço de ativos do FED, em um movimento de redução de liquidez aos mercados para conter a alta de preços. A fala do presidente do FED de Minneapolis foi na mesma direção, afirmando que o avanço da inflação além do esperado no país está relacionado tanto a movimentos de demanda (alta poupança das famílias), quanto de oferta (quebras nas cadeias de produção fruto da pandemia), além de chamar atenção para a rigidez do mercado de trabalho no país. Finalmente, a divulgação do Livro Bege reforçou as expectativas de redução de estímulos no país.
Dito isso, o resultado veio praticamente em linha com o esperado pelos principais analistas de mercado e lido como um provável pico da onda inflacionária no país, afastando grandes movimentos de surpresa nos mercados acionários e de títulos públicos e mantendo o clima de relativo apetite ao risco.
No Brasil, o Ibovespa fechou em alta, puxado por empresas ligadas ao setor de commodities, que ganha força com o cenário de inflação pressionada, juros mais altos e volta da atividade econômica. A alta do preço do petróleo diante de mais uma redução semanal de estoques nos EUA também favoreceu o setor de óleo e gás. Petrobras e Vale foram destaques positivos nessa quarta-feira. O dólar também fechou o dia em queda, em linha com o movimento do cenário internacional de dólar mais fraco, apesar da iminente alta de juros na maior economia do mundo.