A Internet e as Mídias Sociais são meios cada vez mais utilizados para veicular Investimentos. Apesar do potencial de aumento de investidores e divulgação de novos produtos, estes meios também aumentam as chances de golpes e fraudes.
Neste momento de distanciamento social e crescentes interações remotas é cada vez maior o número de investidores que usam a Internet e as mídias sociais para investir. Embora os recursos online possam fornecer muitos benefícios para investidores, essas mesmas ferramentas podem torná-los alvos para ação de pessoas mal intencionadas.
Criminosos se adaptam rapidamente às novas tecnologias e a Internet não é exceção. Sítios institucionais, mensagens e aplicativos de mídia social podem atingir um público grande a um custo extremamente baixo, mas isto não significa que o conteúdo veiculado é confiável. Para fraudadores é relativamente simples elaborar sites aparentemente reais e críveis e muitas vezes fica difícil para os investidores diferenciarem o que é fato e o que não é.
Sítios ou documentos bem elaborados podem servir de chamariz para golpes online. Caso uma oportunidade de investimento veiculada na Internet se mostre expressivamente atraente, principalmente com o chamariz de ganhos muito acima da média para investimentos semelhantes, sempre é válido realizar uma boa pesquisa sobre a suposta “oportunidade” antes de investir ou fornecer dados pessoais para o potencial proponente. Caso contrário, você pode estar fornecendo recursos financeiros e informações pessoais valiosas a possíveis fraudadores.
Se um investimento parece bom demais para ser verdade, talvez não seja realmente bom. Todo investimento tem algum grau de risco. Baixo risco geralmente significa baixo rendimento e rendimentos elevados, na maioria das vezes, alto risco. Seja cético quanto às ofertas de investimentos com documentação incompatível ou inexistente sobre retorno esperado.
O mercado de criptoativos também tem sido objeto frequente de fraudadores, atraídos pelo perfil transfronteiriço das operações e o anonimato das transações.
Entre os crimes mais comuns neste mercado estão o estelionato, pirâmides financeiras e esquemas “Ponzi”, que em geral se caracterizam pela divulgação de informações falsas sobre projetos ou serviços, oferta de ganhos exagerados ou garantidos, ou ainda um sistema de remuneração alimentado pela entrada de novos participantes.
Esse mercado também tem sofrido com crimes de manipulação, através da divulgação de notícias falsas e estratégias de marketing, com o objetivo de inflar preços para vender os ativos (chamados esquemas de “pump&dump”).
Pessoas mal-intencionadas também podem tentar transmitir legitimidade ao disfarçar uma pirâmide financeira como marketing multinível. Tradicionalmente, a estrutura de marketing multinível é uma forma de remunerar quem atua em venda direta ao consumidor (“porta a porta” ou por catálogo). Nela, o revendedor ganha não apenas pelo que vende, mas também pelo que vendem os revendedores recrutados.
Os principais sinais de que se trata na verdade de uma pirâmide financeira, e não de uma empresa de fraudes em marketing multinível são:
i) Exigência de pagamento inicial elevado para aderir ao esquema;
ii) Falta esforço real de vendas do produto/serviço. Pode até haver algum esforço, mas não tem um valor real ou poderia ser realizado por um software;
iii) Promessa de altos ganhos, normalmente em pouco tempo, sem um real esforço do participante com a venda de produtos.
Outro erro comum de investidores que se tornam vítimas de fraudes ou pirâmides financeiras, é o envio de dinheiro para pessoas físicas ou empresas sem registro de distribuição de investimentos. O investidor deve questionar a transação, caso o intermediário financeiro exija transferência de recursos para pessoas físicas ao invés de transferência para conta vinculada ao CNPJ da instituição.
Mídias sociais como Facebook®, YouTube®, Twitter® e LinkedIn® podem ser ricas fontes de informação para os investidores. Seja porque querem debater os mercados uns com os outros ou na busca por notícias sobre ações, fundos, corretoras ou consultores de investimento, os investidores têm recorrido frequentemente às mídias sociais.
Entretanto, estas mídias também oferecem uma série de recursos que podem ser úteis aos criminosos. Eles podem, por exemplo, utilizá-las para se se passarem por instituições legítimas.
Consultores fraudulentos podem alegar oferecer recomendações independentes e imparciais em boletins informativos, mas podem estar lucrando na persuasão de investidores para a compra ou venda de ações de empresas em situação financeira pouco promissora.
Quadros de avisos online e salas de bate-papo também são formas de compartilhamento de informações. Entretanto, não é possível ter certeza sobre quem está interagindo online, porque muitos sítios permitem que os usuários escondam sua identidade por trás de pseudônimos.
Embora algumas mensagens veiculadas possam ser verdadeiras, muitas podem ser falsas. Os criminosos podem se valer de discussões on-line para valorizar uma empresa ou fingir revelar informações “internas” sobre anúncios futuros, novos produtos ou contratos lucrativos. Fique atento! “Dicas” podem ser na verdade o uso de informação privilegiada, o que é considerado crime no mercado de capitais.
Um criminoso também pode criar uma “ilusão de interesse generalizado” sobre uma ação pouco negociada postando inúmeras mensagens sob vários pseudônimos para motivar a compra deste ativo.
A chave para evitar fraudes em sítios de mídia social ou na Internet que acarretem prejuízos financeiros é ser um investidor “pesquisador”.
Algumas ofertas online podem não ser fraudulentas em si, mas podem não estar cumprindo às disposições da Legislação do Mercado de Valores Mobiliários. Em linhas gerais, a Legislação exige o registro de emissores, de ofertas de valores mobiliários, de participantes e de profissionais atuantes no mercado. Pesquise!
Em caso de dúvida sobre a legitimidade de uma empresa, de uma oferta de valor mobiliário ou do intermediário ou profissional que esteja oferecendo o investimento, entre em contato com a CVM pelo Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), preferencialmente fornecendo detalhes da oferta e a identificação das pessoas envolvidas.
É importante também que o cidadão consulte se a empresa, a oferta ou o profissional estão registrados na CVM. A Consulta pode ser feita no site da Autarquia, www.cvm.gov.br, na Central de Sistemas, no menu lateral esquerdo da página principal.
Reforçamos que, em razão da PANDEMIA do COVID-19 (#coronavirus), os atendimentos da CVM têm sido feito apenas de forma on-line pelo Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) https://t.co/5Whn5RjNJA?amp=1, para consultas, dúvidas e reclamações de cidadãos e investidores. No caso dos regulados pela CVM, é possível entrar em contato pelo menu atendimento https://t.co/PFNywhtILW?amp=1.
Com o objetivo de promover o mercado de capitais e atender solicitações e reclamações de investidores, a CVM criou o PRODIN.
Desenvolvido principalmente no âmbito da Superintendência de Proteção e Orientação aos Investidores, o PRODIN (Programa de Orientação e Defesa do Investidor) tem como objetivo não apenas de responder às consultas e reclamações de investidores, como também de desenvolver programas de orientação e educação de investidores, entre outros.
Conheça!
http://www.cvm.gov.br/menu/investidor/protecao/apoiocvm.html
Fonte: CVM