A indústria de fundos apresentou captação líquida negativa de R$ 162,9 bilhões em 2022. Somente no mês de dezembro, foram R$ 142,4 bilhões negativos. Nos dois períodos, as classes mais representativas da indústria – multimercados, ações e renda fixa – registraram saldo negativo.
Os multimercados apresentaram saída de recursos na ordem de R$ 87,6 bilhões no ano. Entre os tipos da classe, o livre, que não têm uma estratégia especifica de concentração, teve resgate líquido de R$ 59,3 bilhões no período. Com comportamento semelhante à classe de multimercados, os fundos de ações tiveram saída líquida no ano de R$ 70,5 bilhões. O tipo ações livre também exibiu o pior saldo, com R$ 33,4 bilhões negativos. A piora da relação entre risco e retorno comprometeu a alocação dos recursos nessas carteiras ao longo de 2022.
A classe de renda fixa registrou saída líquida de R$ 48,9 bilhões no ano, com os tipos renda fixa simples, indexados e duração baixa soberano puxando para baixo o número. No período, o tipo simples expôs retirada líquida de R$ 54,8 bilhões, o renda fixa indexados apresentou saldo negativo de R$ 39,4 bilhões e o duração baixa soberano teve resgate líquido de R$ 38,9 bilhões.
Com a expectativa do mercado de que o patamar dos juros permaneça alto por algum tempo, a atratividade dos fundos de renda fixa deverá se manter. Porém, outros produtos da categoria, como ativos isentos de imposto de renda para pessoa física, concorrem com os fundos e ganharam atratividade nesse cenário, o que pode explicar a redução da entrada de recursos nos fundos em 2022.
Considerando as rentabilidades encerradas em 2022 para os tipos mais representativos em patrimônio líquido, o multimercado investimento no exterior obteve retorno de 3,55%. Na classe das ações, os fundos classificados como livres tiveram desvalorização de 6,99% no ano. Já na renda fixa, o duração baixa grau de investimento performou 12,84% no período.