Segundo o levantamento da Austing Rating, o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2021 ficou no 38º lugar no ranking de quase 50 países, ficando atrás de Portugal, Itália, Israel; México, Peru, Coreia do Sul e outros.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), a economia brasileira registrou uma queda de 0,1% no segundo trimestre deste ano, se comparado com o mesmo período de 2020, quando o índice cresceu 12,4%.
“Vale ressaltar que o segundo trimestre de 2020 foi afetado com maior intensidade pela pandemia de COVID-19, portanto é uma base teoricamente fraca. Para o segundo trimestre de 2021 estávamos olhando, basicamente, para reabertura da economia, então essa queda pode ser lida como uma fraqueza na recuperação, principalmente quando olhamos para um contexto de uma possível alta de juros, ou seja, de uma política econômica contracionista”, observou o sócio da HCI Invest, Luccas Fiorelli.
As quedas na agropecuária e no setor industrial já eram esperadas. “A agropecuária se prejudicou com a quebra das safras de café, além da cana de açúcar e do milho, que foram os principais motivos da baixa. Agora na indústria vemos a dificuldade com a elevação do custo da matéria-prima – aço, combustível, energia elétrica – e algumas cadeias produtivas que acabam sofrendo com o abastecimento desses insumos”, comentou a sócia da HCI Invest, Fernanda Melo.
Pela ótica da demanda, levando em conta o consumo familiar, investimentos, gastos públicos e a balança comercial, os serviços tiveram resultados positivos. Apenas administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social registrou 0,0%, ficando estável.
“O consumo expandiu por conta da retomada do comércio, os investimentos continuaram robustos, já nos gastos do governos vemos a normalização dos gastos públicos com saúde e educação, por exemplo. A balança comercial está impulsionada pela recuperação firme da economia global e a ampliação da demanda doméstica”, pontuou Fernanda.
“Mesmo com o resultado mais fraco do PIB, o presidente do Banco Central manteve o discurso, hoje de manhã, de que o BC precisa seguir firme para conter o avanço da inflação futura, ou seja, o crescimento mais baixo não será impeditivo para alta da Selic nos próximos meses”, contou a economista do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli.