Guilherme Almeida, head de renda fixa da Suno Research.
A decisão do Comitê de Política Monetária (COPOM) de elevar a taxa Selic para 13,25%, com sinalização de novo aumento de 100 pontos-base na próxima reunião, reforça o ambiente de juros elevados, impactando diretamente o mercado de Renda Fixa.
Nesse cenário, a preferência dos investidores deve recair sobre títulos pós-fixados, que acompanham a alta da Selic, e papéis indexados à inflação, que garantem proteção contra a corrosão do poder de compra. Produtos isentos de imposto de renda, como debêntures incentivadas, surgem como boas alternativas, especialmente para quem busca eficiência tributária.
No crédito privado, porém, além de avaliar a solidez do emissor e o risco de crédito, é fundamental analisar o spread em relação aos títulos públicos, garantindo que a remuneração oferecida justifique o risco adicional. Juros elevados, embora beneficiem a rentabilidade dos investimentos, também encarecem o serviço da dívida e aumentam o custo de capital das companhias, o que pode pressionar determinados setores da economia.
O mercado agora projeta que a Selic possa atingir 15% ao longo de 2025, reforçando a atratividade da Renda Fixa, mas exigindo análise criteriosa na alocação de recursos.