Por Pedro Ivo.
O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (8) a indicação do economista Gabriel Galípolo para presidir o Banco Central do Brasil a partir do próximo dia 1 de janeiro. O mandato dele se encerra apenas em 2028. Galípolo contou com 66 votos a favor e 5 contrários, dos 81 senadores.
Galípolo foi indicado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para substituir o atual presidente da autarquia, Roberto Campos Neto.
Natural de São Paulo (SP), o futuro presidente do BC tem 42 anos
Currículo.
Formação acadêmica 2005-2008 – Mestre em Economia Política Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2000-2004 – Graduado em Economia Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Experiência profissional.
Banco Central do Brasil Diretor de Política Monetária, 2023-presente Ministério da Fazenda.
Secretário Executivo, 2023 Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).
Pesquisador sênior, 2022 Federação da Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Conselheiro, 2022 Banco Fator CEO, 2017-2021 Galípolo Consultoria Sócio-diretor, 2009-2022 Secretaria de Economia e Planejamento – Governo do Estado de São Paulo Diretor da Unidade de Estruturação de Projetos de Concessão e PPPs, 2008 Secretaria dos Transportes Metropolitanos – Governo do Estado de São Paulo Chefe da Assessoria Econômica da Secretaria dos Transportes Metropolitanos, 2007.
Confira abaixo as principais declarações de Galípolo realizadas durante sabatina na Comissão de Assuntos Economicos do Senado.
Juros altos no Brasil
“A gente vai encontrar diversos dados que sugerem uma economia que não está em um processo de desaceleração, está pujante. Não é ruim, mas a bola que o BC tem que estar com o olho é a inflação. O que isso sugere? Que a gente deve assistir um processo de desinflação mais lento e mais custoso. Ao BC não cabe correr risco. A função dele é ser conservador, com a taxa de juros no patamar necessário para atingir a meta definida.”
Críticas do presidente Lula ao BC
“Eu sinto que gerei uma grande frustração na expectativa de que existia que, ao entrar no BC, eu iria começar um grande reality show, com disputas e brigas ali dentro. Infelizmente, tenho uma informação chata para dar a todos: a minha relação com o presidente é a melhor possível, com o presidente Lula e o presidente Roberto.”
Autonomia do Banco Central
“Eu sou relativamente novo na vida pública, mas eu aprendi que nos debates da vida pública existem palavras que são quase gatilho. […] Aprendi que autonomia é uma palavra que é uma dessas. Eu costumo brincar que a gente precisa de quase um rebranding, precisa reexplicar a ideia de autonomia do Banco Central.”
“O Banco Central tem autonomia operacional para buscar as metas que foram estabelecidas pelo poder democraticamente eleito. A gente só pode até a adolescência achar que a gente faz o que entende do jeito que a gente bem entende, depois não dá para pensar isso.”
“Eu sou daqueles que defende que o Banco Central não devia nem votar meta de inflação dentro do CMN. Pensando numa corporação, é muito estranho que quem vai ter de perseguir a meta vote para estabelecer a meta que tem que perseguir.”
Risco fiscal
“O papel do Banco Central é menos avaliar efetivamente, do ponto de vista de uma análise própria, a função fiscal, e muito mais reforçar sua função de reação, tanto do ponto de observância como de ações, ao fato que o fiscal pode impactar tanto a inflação corrente como expectativas.”
Independência financeira e orçamentária do BC
“Eu acho um avanço institucional relevante o que está sendo discutido hoje no Banco Central. É necessário a gente dar as condições para que as pessoas possam trabalhar, não só do ponto de vista remuneratório delas, mas da infraestrutura necessária. Entendo que hoje está se discutindo muito mais o formato que vai se dar essa evolução institucional.”