Tiago Cespe, fundador do escritório carioca Cespe Investimentos, prepara o seu primeiro livro, que deve ser lançado nos próximos dois meses. Tendo como ponto principal a educação financeira, o assessor conversou com a CRC!News sobre o tema e nos deu informações sobre o projeto social que tem desenvolvido no bairro de Inhaúma, na zona norte do Rio de Janeiro.
A motivação para o livro vem da infância de Tiago, que viveu com os pais até os oito anos de idade. A família, composta pelo garoto, seus pais e irmãs levava uma vida de classe média baixa, como ele mesmo classifica, sem luxos, mas sem dificuldades. As coisas mudaram quando seus pais se separaram, “Minha mãe começou a trabalhar muito, as coisas começaram a faltar. 70% do salário dela era para pagar o aluguel e meu pai não ajudava em nada. Minhas irmãs foram morar com a minha avó. Eu cheguei a passar dificuldades em alguns momentos. Às vezes, o que tinha para comer era arroz estragado. Teve um mês que só tínhamos arroz com ovo. Não aguentava mais comer ovo. Eu cresci vendo o desafio da minha mãe em lidar com as finanças”, relata o assessor.
Aos 13, Tiago passou a fazer bicos e aos 18 começou a trabalhar com carteira assinada. “Meu primeiro salário foi trabalhando como vendedor na Taco, recebia R$ 893,00. Se for calcular a inflação era como se fosse uns R$ 4 mil hoje”, relembra Tiago, que ao receber a quantia gastou tudo em 15 dias, com supermercado e aluguel.
Aos 22, namorando com a moça que viria ser sua esposa, Tiago já falava aos amigos que queria ser dono de um imóvel. Junto com o sonho veio a provocação por parte de um amigo. Como comprar um imóvel sem juntar dinheiro? Cespe achava que essa não era uma possibilidade, já que seu salário não durava nem um mês. Foi então que sua namorada sugeriu que, com o auxílio de um caderno, ele começasse a tomar nota de todos os seus gastos. “Passei a anotar e ver os exageros. Comecei a reduzir o gasto na rua com alimentação. Eu tomava café da manhã na rua, saía correndo atrasado para o trabalho, almoçava na rua, lanchava na rua, ia para a faculdade a noite e comia alguma coisa antes. Depois da aula, queria tomar uma cerveja e gastava mais dinheiro”, completa.
Tiago associava a falta de dinheiro ao que era investido em sua casa, mas após ter um controle maior das suas finanças percebeu que os exageros não vinham de lá. “Fui começando a entender como economizar, com seis meses, quando eu comecei a trabalhar no mercado financeiro em 2007, eu já comprei uma moto, minha primeira conquista. Em sete anos eu consegui comprar meu primeiro apartamento a vista”, relata. “Chegou um momento que eu cheguei a guardar 70% do que eu ganhava. Eu tinha dois empregos na época, um emprego tradicional de segunda a sexta e aos sábados e domingos eu trabalhava com eventos também. Então, eu passei a gastar só o que eu ganhava aos finais de semana com eventos, o dinheiro do salário ficava guardado no banco depois fui aprendendo a investir”, relembra.
Leia o texto completo na edição 29 da revista CRC!News.