A população brasileira em geral tem pouca educação financeira. A maioria das pessoas não planeja seus gastos, não se prepara para a aposentadoria e não sabe como avaliar os riscos, os lucros, os custos e os prazos dos produtos disponíveis no mercado financeiro. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou em agosto que o percentual de famílias brasileiras endividadas atingiu 72,9%. O dado faz parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).
Pensando em proteger o consumidor brasileiro, o Fórum Brasileiro de Educação Financeira (FBEF) instaurou no ano de 2010 a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF). O Ministério da Educação (MEC) destaca que a criação veio para promover a educação financeira e previdenciária em razão do impulso às políticas de inclusão social no país, além de fortalecer a cidadania, oferecendo aos brasileiros noções sobre previdência e sistema financeiro.
Como política de Estado permanente instituída pelo Governo Federal, a ENEF prevê ações conjuntas das iniciativas pública e privada por meio de uma gestão centralizada no Comitê Nacional de Educação Financeira (CONEF). Assim, desde 2014, realiza-se a Semana Nacional de Educação Financeira – Semana ENEF. Na iniciativa ocorrem diversas ações educacionais gratuitas, com o objetivo de disseminar a educação financeira, previdenciária e de seguros, além de contribuir para o fortalecimento da cidadania e autonomia.
Na Semana ENEF de 2021 serão tratados tópicos relacionados a consumo, cooperativismo, crédito, direitos e deveres do contribuinte, direitos e deveres dos clientes do sistema financeiro, empreendedorismo, investimento, planejamento, poupança, previdência e seguros. A 8ª edição que tem como tema “Planejamento, Poupança e Crédito Consciente: o PLA-POU-CRÉ e a sua Saúde Financeira” é voltada a estudantes, professores, profissionais de diversas áreas e cidadãos de todas as faixas etárias e de renda.
Responsável pela presidência do FBEF no biênio 2020/2022, o Banco Central do Brasil tem a Educação como uma das suas cinco dimensões, que compõem a agenda estratégica. O BCB reforça que a educação financeira é importante, tanto para boa organização das finanças pessoais e a tomada de decisão bem informada por parte do cidadão, quanto pela eficiência do Sistema Financeiro Nacional (SFN). “O sistema é beneficiado com o maior nível de conhecimento e preparo de clientes e usuários, abrindo portas para produtos e serviços mais sofisticados, e com a diminuição da inadimplência”, destaca em comunicado a CRC!News.