A Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias. (Ancord). promoveu nesta terça-feira (16) o Ancord Trends, workshop que levou aos convidados uma série de conversas sobre o presente e o futuro do mercado. O evento, que acontece em São Paulo, comemora também os 50 anos da associação.
O evento foi aberto pelo presidente da associação, Carlos Arnaldo Borges de Souza. “Essa iniciativa nasceu no que podemos classificar como uma conjunção positiva de fatores”, disse durante sua fala. Carlos demonstrou ainda gratidão aos comitês e grupos de trabalho que fazem com que a associação funcione de forma plena.
O primeiro painel da tarde teve como tema as perspectivas para atividade de intermediação nos próximos anos. Para debater o assunto foram convidados o chefe da subunidade no departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central, Antonio Marcos Fonte Guimarães, além do sócio da JL Rodrigues & Associados e professor do Insper, Valdir Pereira. A mediação ficou a cargo de Luiz Fernando Figueiredo, fundador da Mauá Investimentos e ex-diretor do Banco Central.
A abertura do painel ficou a cargo de Rafael Guerino Furlanetti, vice-presidente da Ancord, que declarou logo no início de sua fala: “Intermediação é liberdade financeira”, o executivo seguiu falando das adaptações e reinvenções pelas quais o mercado está passando.
Valdir Pereira acrescentou os desafios que esse tipo de inovação traz. Para o professor, além do desfalque na educação financeira no Brasil, a nova realidade vai exigir também educação sobre o mundo digital e privacidade.
“Como nós vamos nos posicionar para mostrar que temos mais ferramentas para colaborar de forma mais autônoma com a dinâmica do mercado?”, provocou o professor. Para ele o futuro da indústria está na superação do desafio de entender como esses negócios se encaixam, por exemplo, na crescente indústria de marketplaces,
Representando o Banco Central, Antonio Guimarães entende que existem pontos de atenção ainda não identificados no segmento de intermediação, entre eles a competição com novos investimentos, busca de novos modelos de negócio e modernização dos já existentes. O executivo levantou o que ele considera como grandes desafios para o futuro da atividade: as operações com características creditícias e a atuação dos assessores. “É um fator que não deve ser negligenciado e, sim, incluído no escopo dessa discussão”, disse.
Antonio citou ainda a questão do open finance — marketplace de investimentos — e o estímulo à poupança de longo prazo com foco no Mercado de Capitais.
Luiz Figueiredo abriu sua fala felicitando a associação pelos 50 anos de existência e relembrou que a sua carreira começou em uma corretora. “Era onde estava a tecnologia”, lembra. O ex-presidente do Banco Central falou ainda da mudança causada no mercado de capitais pelas mãos dos assessores de investimentos, para ele, os grandes empreendedores do momento. “Dificilmente iremos errar se formos centrando nas necessidades dos nossos clientes”, finalizou.
Após as falas houve espaço para que os convidados pudessem tirar dúvidas e fazer perguntas aos quatro painelistas.