O Ibovespa novamente sofreu com as indefinições econômicas e políticas do Brasil. O índice, que amarga mais de 10% de queda no ano, caminha para encerrar a semana com quase 3% de baixa.
Isto se deve, em partes, à demora na aprovação da PEC dos Precatórios, que pode sofrer novas mudanças antes de ir para votação no Senado. Com isso, a curva de juros abriu novamente e a bolsa de valores zerou os ganhos da semana passada, que chegaram a 1,4%.
Somado a isso, as falas do presidente Jair Bolsonaro sobre conceder aumento a todos os servidores públicos também não foram bem recebidas pelo mercado visto que não há espaço no orçamento para este tipo de medida.
Em paralelo a isso, o boletim FOCUS desta semana revisou novamente os dados de IPCA para cima – 9,77%% – e de PIB para baixo – 4,88%%.
O boletim macro econômico divulgado pelo Ministério da Economia também não foi bem recebido, com dados abaixo das expectativas e, em alguns pontos, conflitantes com o boletim do Banco Central (FOCUS).
No momento em que este texto é escrito, há ainda o vencimento de opções do índice para o dia de hoje, o que adiciona uma dose a mais de volatilidade na bolsa.
Por outro lado, no mercado externo ainda seguem as preocupações com a elevação da inflação global e retornos de lockdown em algumas localidades. A Áustria, por exemplo, anunciou um novo fechamento e a obrigatoriedade da vacinação em adultos, o que contribuiu para a queda do preço do barril de petróleo.
Ainda no exterior, há a expectativa da escolha do novo presidente do Federal Reserve, que pode mudar o direcionamento da política monetária norte-americana para os próximos anos.
Porém, os índices dos Estados Unidos têm registrado recordes atrás de recordes. Um dos pontos, sem dúvidas, se deve aos resultados das companhias. Com cerca de 90% dos balanços já divulgados, o mercado está otimista, já que mais de 80% dos números têm vindo acima do esperado.
Há ainda a questão asiática, que tem as grandes incorporadoras chinesas no centro, como preocupação. Dificuldades em honrar dívidas ainda estão no radar dos investidores e a desaceleração econômica da China também.
Para quem investe, a recomendação é ter cautela. Ainda é difícil prever quando haverá uma virada para que a recuperação seja iniciada. O que podemos dizer, sem dúvidas, é que há oportunidades na mesa. Bons negócios!