Leia abaixo a análise da abertura de mercado desta sexta-feira (19), feita pela analista de investimento da Rico, Paula Zogbi:
“Depois de o Ibovespa cair mais de 5% nos últimos cinco dias, a sexta-feira amanhece acinzentada para o mercado brasileiro. Nosso principal índice de ações renovou ontem a mínima do ano com sinalizações de que a PEC dos Precatórios deve sofrer mudanças radicais no Senado, o que aumenta os temores sobre os riscos fiscais. Baque forte para a Bolsa, que precificava um cenário com a PEC já conhecida.
Os futuros de índices americanos sobem hoje, com dados de emprego positivos divulgados no dia anterior. Os pedidos por seguro-desemprego na última semana somaram 268 mil, o menor nível desde março de 2020, e a sétima semana consecutiva de perdas. Ontem, o S&P 500 encerrou o pregão em máxima histórica pela 66ª vez neste ano, impulsionado também pelos bons resultados das empresas varejistas na semana. Lá nos EUA, 90% das empresas já divulgaram resultados, sendo 80% delas acima das expectativas.
Neste fim de semana, o presidente americano Joe Biden deve escolher a próxima pessoa a presidir o Federal Reserve, banco central dos EUA. Especula-se a nomeação de Lael Brainard, nome que poderia abrir espaço para uma política ainda mais expansionista (em outras palavras, um nome que poderia demorar ainda mais para subir as taxas de juros por lá ou desacelerar a diminuição dos estímulos).
Na Europa, a Covid volta a preocupar. Com o aumento no número de casos no continente, as bolsas por lá amanhecem entre o neutro e o negativo. A Áustria anunciou o isolamento obrigatório novamente e a vacinação obrigatória a partir de fevereiro. O ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, não descartou medidas semelhantes, gerando temores de que a maior economia da Europa possa ser fechada pelo terceiro inverno consecutivo.”