Leia abaixo analise da abertura do mercado desta quinta-feira (25) feita pela especialista de ações da Clear Corretora, Pietra Guerra:
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Bolsas lá fora positivas, mas vale lembrar que hoje é ThanksGiving, dia de ação de graças nos Estados Unidos e as bolsas por lá ficaram fechadas – o que deve trazer uma menor liquidez para os mercados ao redor do mundo.
Enquanto isso, o que funciona por lá é o futuro das bolsas, estando positivas, subindo na casa de 0,02%. Isso depois de alguns dados ecônomicos importantes que saíram. Então, teve uma redução dos pedidos de seguro desemprego e outros indicadores econômicos que vieram resilientes, mostrando que a economia por lá segue forte, enquanto a inflação corrente está na casa dos 6,2% nos últimos 12 meses.
Ontem (24), teve a divulgação do FED da ata do último, ou seja, a divulgação do Banco Central Americano da última reunião de política monetária. Os mercados por lá reagem positivamente a esses dados resilientes.
Na Europa, as Bolsas também estão positivas, subindo na casa de 0,3%, o que foi de alguma forma uma surpresa, porque tiveram indicadores da Alemanha que saíram mais fracos do que o esperado e os temores em relação ao avanço do COVID-19 na região continuam, ainda com a adoção de medidas restritivas em alguns países. Mesmo assim, a bolsa por lá conseguiu sustentar patamares positivos.
Do lado das commodities, o Petróleo opera em queda. Então, dando continuidade para o movimento de perda de ontem. O que os investidores estão aguardando é a próxima reunião da OPEP, ou seja, dos países produtores de petróleo, que vão se encontrar na semana que vem. A expectativa é que eles continuem se opondo às medidas colocadas pelos Estados Unidos e outros países para liberar as reservas estratégicas para conter preços. Então, a sinalização que temos é que se continuar tendo, de fato, a liberação de reservas, a OPEP vai reduzir a produção.
Aqui no Brasil, tem a ausência de negócios em Wall Street, nas bolsas dos Estados Unidos, o que pode reduzir a liquidez brasileira por aqui também. Ontem foi um dia que conseguimos encerrar em alta, no positivo, de 0,83% nos 104,5 mil pontos. O que teve de movimento ontem, com os mercados, foi uma frustração gerada pelo adiamento da votação da PEC dos Precatórios na comissão de constituição da justiça do Senado. Então, era esperado que fosse votado ontem, mas foi postergado para o dia 30/11. Então, ficou para semana que vem.
Também tivemos a declaração do presidente do Banco Central do Brasil, se colocando em uma postura mais branda, de que segure talvez mais alta a taxa dos juros na próxima reunião e nos próximos meses para fazer frente a esse momento turbulento da nossa economia, de indicadores econômicos fracos.
O destaque de hoje é o IPCA-15 de novembro, que foi divulgado às 09h00 da manhã. É esperado uma aceleração de 1,14 em novembro frente a 1,20, que teve em outubro. Esse número veio ligeiramente acima, com uma alta de 1,17. Com isso, o acumulado dos 12 meses fica acima dos 10,30%, mas o número basicamente em linha com o esperado. É importante que esse número é o último dado de inflação que o Banco Central vai ter até a próxima reunião para decidir qual vai ser o caminho dos juros. Esse é o último dado de IPCA-15 que sai até dezembro.
Tivemos a coletiva com a Petrobras, que teve o plano estratégico para 2022 até 2026, que ficou em linha com o esperado, com mudanças na política de distribuição de dividendos e pagamento aos acionistas.
Dólar opera hoje em leve queda, cotado a R$5,57.”