Bolsas internacionais amanhecem levemente positivas, puxadas por empresas de tecnologia, com resultados das Big Tech mostrando crescimento robusto. O Bitcoin volta a subir, após notícias de que reguladores planejam delinear a forma que bancos tradicionais poderão interagir com os criptoativos. No Brasil, o Ibovespa fechou em leve queda de 0,05% ontem, ainda influenciado por preocupações fiscais vindas de Brasília, e a espera da decisão do Copom.
Falando em Copom, temos taxa Selic em 7,75%. Em reunião que terminou ontem após o fechamento do mercado, o Copom (o Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu elevar a taxa Selic em 1,5 p.p., para 7,25% ao ano. Isso não foi surpresa, pois a alta veio exatamente em linha com o que esperávamos. Como boa parte do mercado também esperava o movimento, a decisão não deve trazer grandes impactos de curto prazo aos mercados (como mudanças bruscas de expectativas sobre onde estarão os juros no futuro – ilustrados na curva DI).
O comunicado trouxe poucas novidades e manteve o tom neutro, sinalizando outra alta de 1,5 p.p. em dezembro. Ou seja, a Selic deve ir pra 9,25% no fim de 2021. Os destaques foram a preocupação com a alta da inflação e a piora da situação fiscal do país, pontos que têm afetado bastante os mercados nos últimos tempos.
Segue a temporada de divulgação de resultados referentes ao 3º trimestre de empresas listadas em bolsas ao redor do mundo. No S&P (principal índice de ações nos EUA), 211 de 500 empresas listadas reportaram resultados, 82% delas com lucro acima do esperado, com surpresa agregada de 11%. Na Nasdaq (bolsa com maioria de empresas de tecnologia também nos EUA), 479 de 3015 empresas reportaram, 77% delas acima do esperado, com surpresa de 10%.
Já na Europa (índice Eurostoxx), 199 de 440 empresas reportaram, 63% delas acima do esperado, com surpresa agregada de 7%. Finalmente, no Brasil, 14 das 88 empresas do Ibovespa já reportaram, 67% delas acima do esperado, com resultado agregado 28% mais forte.
Em Brasília, a votação da proposta de mudança constitucional que irá determinar nova forma de pagamento para as dívidas judiciais do governo (a PEC dos Precatórios) foi novamente adiada na Câmara dos Deputados. A PEC também tratará de mudanças à regra constitucional do teto de gastos, ao qual um grupo de parlamentares é contra – entendem ser uma licença para que o governo aumente os gastos em ano eleitoral. Ao mesmo tempo, outros membros do Congresso lutam para ainda mais verbas para o ano que vem.
Na agenda de hoje, além de mais resultados de empresas ao redor do mundo, investidores ficarão de olho na reunião de política monetária (igual a nossa do Copom) do Banco Central Europeu (BCE). Mais importante do que a taxa básica de juros, que certamente permanecerá próxima de zero, as atenções estarão voltadas para a fala da presidente Christine Lagarde – se ela continuará a avaliar as pressões inflacionárias como transitórias.
Outro destaque será a divulgação do PIB dos Estados Unidos, referente ao terceiro trimestre. O número deve indicar que o ritmo de crescimento por lá está perdendo força, apesar de ainda positivo. Um resultado menor do que o esperado (ou maior) deve impactar mercados por lá e pelo mundo.