O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira (27), em sua penúltima reunião do ano, o aumento de 1,5 ponto percentual na taxa Selic, elevando a taxa de juros de 6,25% para 7,75%.
Para a analista da Suno Research, Gabriela Mosmann, a alta veio na medida que o mercado esperava. “Devido ao cenário de alta de inflação, tivemos o IPCA-15 desde mês foi o maior desde 1995, em conjunto com a situação instável política e risco fiscal, uma taxa de juros baixa é insustentável. Entendo que ainda teremos algumas elevação em vista que as últimas não trouxeram os impactos esperados, com a inflação ainda acelerada.”
Apesar de ser a sexta alta consecutiva, esse é o segundo aumento fora do habitual para o Copom – abaixo de 1%. “O agravamento do quadro fiscal, com possibilidade de furo do teto por conta do aumento com os gastos assistencialistas em 2022 e o impacto futuro que tais medidas terão sobre a inflação, foram fundamentais para a decisão do Banco Central de hoje. Lembrando que embora em linha com as expectativas houve aceleração no ritmo de alta de juros”, comentou a economista chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte.
O anuncio da alta deixou claro que o BC fará mais altas para conter o avanço e os impactos da inflação. Para a última reunião do ano, o mercado espera que a alta seja igual ou maior a feita hoje.
“Embora a alta dos juros pudesse ter um impacto positivo para o câmbio (mais juros, maior retorno no país, maior atração de capital, taxa de câmbio mais baixa), a sinalização de um quadro inflacionário com baixo crescimento econômico, num ambiente em que o populismo está falando mais alto, é muito ruim para o retrato da instituição Brasil e escancara ainda mais a fragilidade da conjuntura atual”, sinalizou Fernada Consorte sobre o câmbio.