Em mais um dia de extrema volatilidade para o mercado financeiro, o Ibovespa devolveu todo o ganho conquistado nas primeiras horas de pregão e não foi capaz de driblar o maior nível de aversão ao risco das bolsas norte-americanas, que vão para o último mês do ano em um processo de correção natural após a forte alta acumulada em 2021.
O Ibovespa chegou a marcar alta de 2% e na máxima atingiu 106.813 pontos em mais um pregão marcado pela derrocada da curva de juros, o que eleva o apetite por risco pelos ativos brasileiros, em especial shoppings e construção, justamente estão entre os destaques de alta do Ibovespa.
Essa queda da curva de juros deve-se ao alinhamento de expectativa dos investidores quanto ao rumo da inflação e a necessidade de aumento da Selic pelo Bacen no ano que vem por conta do fraco desempenho econômico.
Após o PIB decepcionante, desta vez foi a produção industrial que ficou muito abaixo do esperado em outubro. Na verdade, foi registrada uma queda de 0,6% na passagem de setembro para outubro, enquanto esperava-se crescimento de 0,8%, ou seja, nossa economia está desacelerando muito mais rápido do que o esperado, fato, que somado ao efeito dos seguidos aumentos de juros, deve, em teoria, frear a inflação pelo lado da demanda. Resta saber se haverá a mesma contribuição pelo lado da oferta, que foi a grande vilã dos preços neste ano.