Em documento encaminhado ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), nesta sexta-feira (27), representantes da Cespe Investimentos – Agentes Autônomos de Investimentos SS LTDA, afirmam que deixaram a XP Investimentos porque não concordavam com as novas estratégias de crescimento da plataforma.
As alegações feitas pela empresa fazem parte do inquérito que tramita no Cade e investiga supostas infrações concorrenciais, cometidas pela XP Investimentos.
Com sede no Rio de Janeiro, a Cespe Investimentos esteve vinculada à XP por quase 10 anos e migrou para o Banco Safra, por considerar o novo parceiro mais consolidado no mercado.
“A estratégia da Cespe Investimentos foi fazer parte de um banco mais solidificado, com produtos e visões que se adequassem melhor aos nossos clientes”, afirma no documento Flávio Ricardo, sócio do escritório.
Sem retaliação
De acordo com Ricardo, a saída da XP ocorreu de forma “totalmente amigável” e sem retaliações por parte da corretora.
“Não houve qualquer tipo de retaliação por parte da XP em relação à CESPE durante o processo ou após o encerramento do vínculo contratual”, destaca o sócio do escritório. Segundo ele, durante as tratativas, a XP chegou a informar que poderia cobrir a oferta feita pelo Banco Safra.
O empresário informa ainda que foi cumprido um prazo de 60 dias de aviso prévio e que, neste período, não foram impostas obrigações por parte da XP.
Retenção de clientes
No questionário apresentado no âmbito do inquérito, o Cade pergunta sobre o número de clientes antes de depois da migração do escritório, para o Safra.
Segundo o sócio da Cespe, com a troca de bandeira houve uma queda de mais da metade do número de clientes.
“O escritório possui atualmente 330 clientes ativos. Diminuímos quase 65% já que na XP tínhamos cerca de 900 clientes ativos.
Custódia pela metade
Ainda de acordo com Flavio Ricardo o volume de custódia que o escritório detém hoje caiu mais do que a metade.
“Possuímos sob custódia em torno de R$ 90.000.000,00 (noventa milhões de reais). Este valou diminuiu já que possuíamos na custódia da XP o valor de R$ 210.000.000.000,00 (duzentos e dez milhões de reais).
Na petição não costa nenhum advogado responsável pela defesa do escritório.
Procurados pela reportagem, a XP não se manifestou até o fechamento desta edição.
Procurados pela reportagem, o Cade informou que não se pronuncia sobre casos que tramitam na instituição.
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