Uma investidora iniciante alega ter sido vítima de uma prática criminosa conhecida como “Pump and Dump” (em tradução literal, inflar e largar) e entrou com uma ação pedindo a indenização por danos materiais contra a Clear Corretora.
A CRC!News teve acesso aos autos do processo que corre na Vara do Juizado Especial Cível da comarca de Jundiaí (SP), desde o dia 20 de julho de 2022. O valor da causa é de R$ 15.000,00.
Os nomes citados nessa matéria são fictícios para preservar os originais.
O caso
Maria iniciou sua investida no mercado de ações em 2020, quando abriu uma conta na Clear, com o valor de R$ 10.000. No processo, ela relata que operou na compra e venda de ações e sempre em pequenas quantidades.
Em 30 de março de 2021, Maria alega que foi alvo de um golpe cibernético. Na ocasião, operou-se em sua conta a quantia somada de R$ 469.077,53. Segundo Maria, no dia em que houve o golpe, ela não chegou a fazer nenhuma operação. Nos dias seguintes, ela verificou que não conseguia ter acesso à conta.
Após recuperar a senha e voltar a ter acesso à sua conta, Maria constatou que o saldo financeiro era de apenas R$ 813,22 e que todas as ações de sua preferência foram vendidas. Além disso, o golpista teria deixado em sua carteira ações de empresas completamente desconhecidas.
“Se trata na verdade de manipulação de ativos para que o preço de determinado ativo oscile de forma considerável para que haja uma inflação e apenas os golpistas ganhem com isso, se trata de uma manipulação conhecida por PUMP AND DUMP”, afirma o advogado de Maria no processo.
Contato
Após a verificação do golpe, Maria enviou e-mail para a Clear. Segundo os advogados da autora do processo, em resposta a corretora teria reconhecido a fraude e teria informado que efetuariam o reembolso dos valores, o que até o presente não ocorreu.
“Importante deixar bem claro que a operadora de ativos, na qualidade de fornecedora de serviços, responde objetivamente pelos danos causados, assumindo para si a responsabilidade pela reparação de eventuais danos decorrentes de fraude, pois risco inerente à sua própria atividade”, afirma o advogado de Maria.
Outro lado
A Clear Corretora de Títulos e Valores Mobiliários ainda não apresentou sua contestação no caso.
Maria é representada por Panizza, Argentin, Crivelaro e Storch Advogados.
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