A casa de análise Suno foi alvo de operação de busca e apreensão por mandato expedido na 42ª Vara Cível de São Paulo. A ação ocorreu na manhã desta terça-feira (14) para investigar uma suposta manipulação no mercado de fundos imobiliários. O processo corre em segredo de Justiça.
Em comunicado ao mercado, a Hectare Capital, gestora do fundo imobiliário HCTR11, alegou que tomou as “medidas cabíveis para proteger os interesses da base de cotistas” do seu fundo.
A empresa alega que a operação na Suno se dá em cumprimento a uma decisão judicial proferida em ação de produção antecipada de provas, e a busca e apreensão mirava material em endereços residenciais e comerciais de determinados suspeitos, conforme o comunicado.
A operação de busca e apreensão cumpriu a decisão judicial em três cidades onde a Suno possui escritórios: São Paulo, cidade da sede, Porto Alegre e Goiânia.
O fundador da casa de análises, Tiago Reis, e dois analistas da empresa Vitor Duarte e Marcos Baroni também estão sob investigação. A motivação teria sido uma queda atípica em um fundo concorrente HCTR11 para beneficiar os fundos da própria casa.
A empresa acusa a casa de análise de adotar manobras com o objetivo de afugentar os investidores do HCTR11.
Campanha
Em nota, a Suno confirmou a operação, mas chamou de “falsa alegação” da Hectare que fundos por ela geridos teriam sido vítimas de uma campanha difamatória promovida pela Suno.
“A Suno Research alerta seus clientes desde maio de 2021 em relatórios fundamentados e assinados por seus analistas sobre riscos na gestão do fundo HCTR11. Em relatórios consecutivos nos meses seguintes, os analistas pediram para que a Hectare desse mais transparência sobre sua gestão de risco, o que não ocorreu”, disse a empresa em nota.
“Portanto, a referida ação é uma degradante tentativa da Hectare de retaliar a atuação firme e independente da Suno na sua atividade de análise de valores mobiliários, em detrimento da adequada disseminação de informações no mercado de capitais”, completou.
A Suno ainda disse que após se manifestar no âmbito da referida ação de produção antecipada de provas para esclarecer os fatos ao juízo competente, “adotará as providências para que seja reparada pela falsa acusação formulada pela Hectare”.
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