O bate boca entre a Associação Zetta e Febraban nas redes sociais chegou no terceiro round nesta terça-feira.
Tudo começou na última quarta-feira (16) quando a Zetta publicou uma matéria no Valor Investe onde traz um estudo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) que mostra que os “bancões” estariam aumentando as tarifas acima da inflação.
A Zetta é uma associação sem fins lucrativos, fundada em março deste ano pelo Nubank e Mercado Pago, empresas de tecnologia que oferecem serviços financeiros digitais.
Em resposta, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que representa as grandes instituições tradicionais, subiu o tom e divulgou nota nas redes sociais dizendo que a Zetta não quer falar a verdade e que as fintechs gostam de pagar apenas “meia entrada”.
Diz a nota:
Zetta , quer falar mesmo a “verdade”? “Cê não conta” pra ninguém, mas a gente conta!
A Zetta não contou que o Nubank, que tem cara, porte, produtos e até nome de banco, prefere não se dizer banco, mas cobra juros mais altos dos seus clientes do que a média dos cinco ou 10 grandes bancos brasileiros. Olhe bem!
A Zetta não contou, mas a página do Banco Central do Brasil traz a verdade: na última semana de agosto, a taxa média do juro do cartão rotativo do Nubank era de 291,67% ao ano, MAIOR que a média dos 5 grandes bancos, de 271,68%.
No crédito pessoal não consignado, a taxa média cobrada pelo Nubank foi de 62,86% no final de agosto, enquanto a média dos 10 grandes bancos era de 54,54% ao ano e dos cinco grandes 60,65% ao ano. Sigamos…
A Zetta também não conta que as Fintechs pagam bem menos impostos que os bancos, que pagam 45% sobre lucro, sendo 25% de IR e 20% de CSLL, enquanto que as Fintechs pagam apenas 9% ou, quando muito, 15% de CSLL.
Ela também não contou que os bancos geram mais de meio milhão de empregos em todo o país e têm mais exigências, ao contrário das fintechs que não precisam seguir as regras para contratação de bancários. Quer mais?
A “verdade” verdadeira é que as grandes fintechs gostam mesmo é de pagar apenas “meia entrada” e em nada se diferenciam dos bancos. Aliás, só não são bancos para pagar menos impostos, gerar menos empregos, ter poucas obrigações regulatórias e trabalhistas.
De “verdade” mesmo? Quanto as fintechs contribuíram para tirar o Brasil da crise nesta pandemia? Quanto deram de crédito? Os bancos deram R$5,7 trilhões. Quanto doaram em recursos para a saúde? Os bancos R$2 bilhões.
Tréplica
Na tarde desta terça-feira, a Zetta voltou à ofensiva e publicou nova matéria no Valor Investe tenta confundir a opinião pública.
“A assimetria regulatória favorece os bancos tradicionais com vantagens competitivas e econômicas, e não as fintechs, que têm maiores exigências financeiras e mais requisitos legais”, destaca a Associação na matéria do Valor Investe.