A Strategi Capital, gestora de fundos de investimentos – especializada na recuperação de débitos “inadimplidos” de empresas privadas –, captou até agora R$ 75 milhões para o fundo de Strategi Single Name. Na prática, o fundo é composto de dívidas de empresas que, por diversas razões, acabam descumprindo cláusulas contratuais de financiamento com bancos privados, principalmente.
O sócio fundador da gestora, criada há dois anos, Cristian Lara, ex-diretor do Crédit Suisse e com passagens por várias instituições financeiras, explica que o investidor do fundo se compromete em investir ao longo de dois anos no produto para depois obter retorno em torno de 25%.
Voltado para o investidor qualificado, o fundo é distribuído “para um grupo seleto”, como empresários e gestores de Family Office, por exemplo. São investidores profissionais com ticket médio de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões. Dessa forma, o fundo não deve ser distribuído pelos assessores de investimentos que atendem o “varejo” com aplicações menores nos produtos financeiros.
“Com o capital aplicado hoje no fundo e com o capital que a gente está chamando em 31 de março, continuaremos comprando ativos. É esperado que a gente venha a ter algo como 100 casos nesse fundo”, estimou ele, sem falar de valores de novas captações.
“Nosso foco são empréstimos que foram concedidos para empresas e que tiveram problemas de quitá-los e que, muitas vezes, estão em processo de cobrança pelo banco”, explica.
A carteira de clientes de pessoa jurídica, com esse perfil, é adquirida de bancos que decidem revender esses créditos de liquidação duvidosa.
“A partir daí a gente passa a se envolver, analisa, estuda, faz uma proposta de aquisição do crédito, negocia o preço, com descontos bem expressivos, compra os ativos e os traz para dentro de casa. Daí começamos a ver a forma de receber esse crédito”, acrescenta.
“Quando compramos esse crédito, compro uma contraparte e faremos de tudo para que o devedor nos pague. No processo, em alguns casos, conhecemos o empresário, vemos que houve um problema pontual, que não foi má fé, ou que ele simplesmente teve uma crise de fluxo de caixa. A partir daí, conforme for, acabamos fazendo acordos para recebimento dos valores, às vezes parcelados”, complementa.
Leia na íntegra na edição 28 da revista CRC!News.