A indústria de fundos captou R$ 15,7 bilhões líquidos em outubro, segundo dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Com este resultado, o setor atingiu o saldo líquido de R$ 420,9 bilhões neste ano.
A renda fixa liderou a entrada líquida de recursos no mês, mas houve uma redução no fluxo, saindo de R$ 35,8 bilhões em setembro para R$ 17,4 bilhões em outubro. No ano, essa classe acumula captação líquida de R$ 255,2 bilhões, registrando recorde de saldo líquido para o período desde 2002.
“O volume de captação líquida dos fundos de renda fixa em 2021 indica a atratividade da classe, que é responsável por mais da metade do saldo de todos os tipos de fundos no ano. Com a expectativa de alta da taxa Selic, a tendência é que a procura dos investidores por esses produtos aumente nos próximos meses”, afirma Pedro Rudge, diretor da ANBIMA.
Ações: reflexos da queda no Ibovespa
Pela segunda vez no ano, os fundos de ações tiveram resgates, com a saída de R$ 6,1 bilhões líquidos em outubro – esse valor é superior ao de setembro (R$ 2,2 bilhões). Com isso, o saldo líquido de 2021 foi reduzido para R$ 2,6 bilhões.
“As incertezas quanto ao equilíbrio fiscal levaram à quarta queda consecutiva do Ibovespa, de 6,74% em outubro, e contribuíram negativamente sobre a captação do segmento”, avalia Rudge.
Os fundos classificados como ações livres, que não têm o compromisso de concentração em uma estratégia específica, foram os mais impactados, somando resgates de R$ 3,6 bilhões no mês.
Multimercados seguem no azul
Embora tenha encerrado outubro com resgates líquidos de R$ 12,5 bilhões, a classe dos multimercados tem captação líquida deste ano de R$ 69,6 bilhões, somente atrás dos fundos de renda fixa e dos FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios). Da mesma maneira que nas ações, foram os fundos livres que registraram mais baixas: eles tiveram saídas de R$ 8,6 bilhões líquidos em outubro. O destaque positivo ficou com o tipo investimento no exterior (pode aplicar mais de 40% em ativos internacionais), com saldo líquido de R$ 1,9 bilhão.
Renda fixa também é destaque na rentabilidade
Na comparação das rentabilidades mensais, os fundos de renda fixa se destacaram, com média de 0,27%. O maior retorno ficou com o tipo dívida externa (investe, no mínimo, 80% de seu patrimônio líquido em títulos da dívida externa da União) com 1,94%.
Nos fundos de ações, as 12 subcategorias ficaram com variação negativa, sendo que mais da metade destas tiveram desempenho abaixo da média (-7,75%). Já o retorno máximo dos multimercados foi de 2,04% no tipo estratégia específica (adota estratégia que implique em riscos específicos, como commodities, futuro de índice etc).
Confira o Boletim de Fundos na íntegra.
(Anbima)