“Eu diria que 2022 deverá ser um marco histórico para o assessor de investimentos no Brasil”, avalia o superintendente da (Abaai), Francisco Amarante
As reformas regulatórias previstas pela Comissão de Valores de Mobiliários (CVM) para atividade de agentes autônomos de investimentos – como o fim de exclusividade e alterações societárias –, mostram que o órgão regulador está buscando atender às demandas do mercado. A avaliação é do superintendente da Associação Brasileira de Agentes Autonômos de Investimentos (Abaai), Francisco Amarante, que participa do InvestSmart, o maior evento da área de investimentos do Rio de Janeiro.
“A CVM está digerindo o que o mercado recomendou. O fim da exclusividade, prevista pela Abaai, é uma demanda que o mercado vem pleiteando há alguns anos, além das alterações societárias”, disse ele, referindo-se a informações antecipadas nesta quinta-feira pelo deputado Neucimar Fraga, relator da MP que, entre outros pontos, reduz em até 80% a taxa de fiscalização que a CVM cobra dos AAIs: CVM acabará com exclusividade de agentes autônomos de investimentos
O dirigente da Abaai lembrou que até 2019 existiam sociedades Simples e Empresarial, por exemplo. Porém, um ofício da CVM fez com que todos os modelos voltassem a ser sociedades Simples. Agora, a CVM reconhece que sociedade Simples não deve ser mais um modelo adequado para o atual tamanho do mercado de agentes autônomos.
2022, marco para atividade de AAIs
Diante de mudanças previstas para atividade de agentes autônomos de investimentos, como essas, o superintendente da Abaai acredita que 2022 deverá representar um marco para o setor.
“Eu diria que 2022 será um marco histórico para o assessor de investimentos no Brasil. Até 1976, a profissão que era regulada pelo Banco Central era muito ’mal vista’. Quando a CVM foi criada em 1976, a primeira vez que ela olhou a resolução do BC para atualizar as normas foi em 2001, ou seja, 25 anos depois”, lembrou.
Para a Abaai, esse mercado deu um salto nas últimas duas décadas. “Alcançar em 2021 um número de 16 mil profissionais credenciados, dos quais quase 14 mil profissionais vinculados (à Abaai), nos faz crer que a profissão é quase um fênix, que ressurgiu das cinzas e ganhou preponderância do mercado que talvez nem o órgão regulador do passado pudesse sonhar que um dia isso aconteceria”, analisou Amarante.
Segundo ele, essa marca histórica começou no ano passado quando “fomos convidados” para uma audiência na Comissão de Finanças e Tributação no Congresso Nacional e explicar o que era de fato a profissão de AAIs. Ou seja, explicar quais eram as principais “dores” e demandas da atividade.